sábado, 25 de agosto de 2018

Negro órfão




É um negro!
Apenas mais um negrinho abandonado.
Moleque magricelo, sorriso desconfiado, suado.
Garoto vadio que corre descalços, pés no chão.

É um negro!
Só mais um negrinho entregue à sua própria sorte.
Menino esquisito, jeito sisudo que sorrindo da vida,
Vive as suas ilusões.

É um negro!
Só mais um negrinho, menino calado, desconfiado.
Garoto abandonado pela sorte, que sorte,
As ruas o adotou.

É um negro!
Só mais um negrinho deserdado pela vida.
Que vida! Vida que lhe é madrasta.
Vida que não o ama e nem nunca o amará.

                    
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