quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

O empurrão

 

                                                            Photo: By Gavis


O empurrão, o tropeço, o chão.

Caio e me machuco mas não

digo palavrão.

Nunca satisfaço a vontade da

agressão. 


Dos meu lábios, cortados,

brota um sorriso sem graça.

Passa nada!

Esqueço a ferida e oferto o 

meu  perdão.


A lâmina que corta as ervas 

nunca foi amaldiçoada por 

estas.

Porque haveria eu de te 

amaldiçoaria?


Por isso caio e, ali mesmo no

chão, enxugo as minhas 

lágrimas e faço uma oração.

Oro pelos que, assim como eu,

foram empurrados.


Aproveitei e orei, também, 

pelos que caíram e se 

levantaram proferindo 

maldições.

Lhes disse: façam mais isso

não! 


   Habacuc - Chuy, janeiro de 2024.


               @ 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

O meu fardo

  Envelheci. O que me foi dado a viver, vivi.  Os meus olhos, agora cansados, vêm, ainda que sem muita nitidez, a hora da minha despedida. E...