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Em meu versar, verso tudo que entendo ser a vida. Verso o amor, o desamor, as curas e as feridas. Eu verso o amanhecer e o anoitecer, verso nós, vós e você. Verso também o que acreditas não existir, verso a alegria do ir e vir, verso a vida e a dor do parir. Eu verso! Verso o que dissestes ontem, o que dizes hoje e o que dirás amanhã. Verso a cor da noite e o sabor da maçã.
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
O teu corpo!
terça-feira, 25 de novembro de 2025
O bairro onde cresci.
No bairro onde vivi a minha juventude,
um lugar humilde, igual a quadra-2, do
Setor norte do Gama.
Sim! O Gama! Cidade satélite do DF,
o meu bairro era mais conhecido por
SHIS nova.
No meu bairro havia de tudo, lá tinha
inclusive felicidade, e eu fui muito
feliz vivendo lá.
Naquele tempo todos eram convidados
para as festinhas de fim de semana, era
só chegar e participar.
Na rua em que eu morava, todos sabiam
quando eu estava subindo ou descendo
a rua, pois ninguém arrastava os
chinelos como eu arrastava enquanto
caminhava.
Agora bateu uma saudade bruta.
Foi lá na shis nova que vivi as minhas
primeiras, e maiores paixões.
Eu vivi a Quinha, a preta, a vera, a
Dunalva, vivi inclusive a Marli.
Eu as vivia, mas nenhuma delas nunca
soube que eram vividas por mim.
Lá na shis nova, para o grupo que eu
frequentava, as peladas no campinho
de terra eram sagradas.
Os craques do pedaço eram o Raul, o
Catatau, o Ródão, o Beto, o Samir e
o Tadeu, que chegou bem depois.
Jogadores muito disputados.
Eu, com o meu jeitão desengonçado,
fazia parte do grupo dos pernas de
pau, junto com o Robson, com o
Chiquinho, o Guinha, o Jamil, e mais
uma meia dúzia de moleques que só
eram escolhidos por algum time
quando não tinha mais ningue para
ser escolhido.
O tempo passou e levou cada um de
nós para lugares diferentes, e tudo se
perdeu, acabou.
Há muito não vou na shis norte, e há
muitos mais tempo não encontro os
meu colegas, e nem os amigos de
outrora.
Até as velhas paixões recolhidas o
tempo apagou.
O Mensageiro - Chuy, novembro de 2015.
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sábado, 22 de novembro de 2025
O Cravo
Podaram o cravo, arrancaram-lhe suas
flores, arrancaram-lhe a raiz.
Os sorrisos que até ontem sorriam
hoje guardam luto.
Podaram o cravo, e o inverno
definitivamente começou.
Com o evento do inverno, alma
alguma se atreve a prever o quão
longo e gélido ele será.
O inverno mal começou e o seu frio
intenso já obriga os viventes a
ficarem reclusos.
De agora até o fim deste inverno os
dias serão cinzentos e tristes.
O cravo sangra e geme, e os seus
gemidos enchem os jardins.
Lamenta hortências!
Lamentam os jardineiros.
O cravo chora, ele chorar e faz chorar
junto com ele olhos que até há pouco,
radiantes, sorriam.
Agora os olhos choram tanto que nem
se dão conta da presença das flores.
Chora rosa!
A esperança é um gosto que não se
desgosta na presença de mal algum.
Podaram o cravo e ele chora e faz
chorar olhos que até então sorriam.
Podaram o cravo, que chorem as
flores, que chorem os jardins.
O Observador - Chuy, novembro de 2025.
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quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Tempo de tempestades - Stormy Season
Ouço trovões, vejo relâmpagos,
vislumbro tempestade no
horizonte.
Então que chova, pois já
sobrevivi a muitas tempestades.
O céu está nublado e as nuvens
muito carregadas.
A situação me recomenda a não
sair às ruas, mas ficar em casa
não resolverá a minha situação.
Diante do medo, abraço a minha
fé, dobro os meus joelhos e faço
uma oração.
O momento não recomenda sair
às ruas sem proteção.
Tudo em minha volta lembra a
tristeza, as lágrimas estão
cansadas de tanto chorar, então
faço outra preces, oro por
aqueles que não sabem orar.
A fúria da tempestade já desabou
sobre muitos tetos onde, agora,
suas vítimas choram.
Eu choro as vidas ceifadas, e a
tristeza que em seu lugar ficou.
O Mensageiro - Chuy, novembro de 2025e
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Stormy Season
I hear thunder, I see lightning,
I glimpse a storm on the horizon.
So let it rain, I have survived many
The situation advises me not to go
Faced with the fear, I embrace my
The moment does not recommend
Everything around me reminds me
The fury of the storm has already
I weep for the lives taken, and the
sadness left in their place.
domingo, 16 de novembro de 2025
O dia se vestiu de cinza.
Hoje amanheceu chovendo, e
sempre que me depara com
manhãs cinzentas como a de
hoje, volto ao triste dia da nossa
despedida.
Por falar em despedidas, onde
estás, como tens passado?
Ainda hoje, aqui, embaixo da
casca que esconde a ferida da
nossa despedida, dói.
Ainda hoje me dói a mesma dor
que senti quando do nosso adeus.
A tristeza daquela manhã
chuvosa nunca me abandonou,
nunca deixou de doer em mim.
Hoje amanheceu chovendo, e
sempre que me deparo com
manhãs como a de hoje, sou
tomado pela tristeza da nossa
despedida.
Hoje o céu se vestiu de cinza e
sombreou o meu dia, calou a
minha alegria e me fez sentir
saudades de ti.
O dia amanheceu triste.
O Observador - Chuy, novembro de 2025.
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domingo, 9 de novembro de 2025
Cúmplice
Não espero e nem me desespero, as
Os teus beijos, há muito deixaram
de me beijar, e o teu corpo nunca
comentar.
A verdade, enrubescida, me lança
um olhar cúmplice que pergunta
se vou deixar tudo como está, é
Não torço nem distorço, sei que o
tempo vai chegar e a despedida,
ainda que cansada, chegará.
O tempo que trás as coisas é o
mesmo tempo que muda as coisas
de lugar.
Já me esqueci do sabor dos teus
beijos, e tampouco me lembro do
de ter ficado comigo, e estando
Te sinto tão distante que me é
difícil acreditar se algum dia, de
Os teus beijos me abandonaram
O Observador - Chuy, novembro de 2025.
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quinta-feira, 6 de novembro de 2025
Eu chorei muito - I cried a lot.
Eu chorei!
Eu chorei muito quando ao nascer, me
deparei com a mais cruel das
realidades.
O mundo que me esperava não me
amava, não me queria.
Meu Deus!
Nasci negro em uma sociedade racista,
e como se esta triste realidade não
bastasse, descobri haver nascido
pobre em um mundo de ricos.
É, eu chorei.
Ao ouvir o meu choro de desespero
a pobreza, impaciente, calou o meu
choro tapando a minha boca.
Enquanto isto, do outro lado do
quarto, a pobreza fazia caretas
horríveis para me aterrorizar.
As hora pareciam ter asas, e os dias
parecia não querer me dar tempo
para eu viver a minha infância.
Sem nenhum constrangimento o
tempo me mostrou o quão ele seria
inclemente para comigo.
Quando eu mal comecei a viver a
minha vida a pobreza, com chicotes
às mãos, me forçou a trabalhar.
Ela sempre cuidou para que me
faltasse de tudo, inclusive amor.
Eu chorei.
Eu chorei muito ao entender que o
mundo em que eu vivia não era o
mundo que existia para me amar.
O mundo me espancou muito até
eu aprender a caminhá-lo.
Eu chorei!
O Observador - Chuy, novembro de 2025.
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I cried a lot.
I cried!
I cried a lot when, at my birth, Irealized the cruelest of the
realities.
The world that awaited me did not
love me, did not want me.
God!
I was born black in a racist society,
and as if this sad reality were not
enough, I discovered I had been born
poor in a world of rich people.
Yes, I cried.
Hearing my cry of despair, the
poverty, impatient, silenced my
crying by covering my mouth.
Meanwhile, on the other side of the
room, the poverty made horrible faces
to terrify me.
The hours seemed to have wings, and the days
seemed not to want to give me time
to live my childhood.
Without any embarrassment, the
time showed me how
merciless it would be towards me.
When I had barely begun to live my
life, poverty, with whips in her hands,
forced me to work.
It always made sure that I lacked
everything, including love.
I cried.
I cried a lot when I understood that the
world where I lived in was not the
world that existed to love me.
The world beat me a lot until
I learned how to navigate it.
I cried!
Devotos da perversidade.
Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça de um coração justo ...
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Acreditei ter me despedido de ti, mas ainda hoje, tenho você comigo. Vives em mim, és a fonte de toda a saudade que aflige o meu coração. Qu...
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Observando as minhas confusões me deparo com as situações me tirando para dançar com elas e danço! Danço do amanhecer ao anoitecer. O céu...





