Podaram o cravo, arrancaram-lhe suas
flores, arrancaram-lhe a raiz.
Os sorrisos que até ontem sorriam
hoje guardam luto.
Podaram o cravo, e o inverno
definitivamente começou.
Com o evento do inverno, alma
alguma se atreve a prever o quão
longo e gélido ele será.
O inverno mal começou e o seu frio
intenso já obriga os viventes a
ficarem reclusos.
De agora até o fim deste inverno os
dias serão cinzentos e tristes.
O cravo sangra e geme, e os seus
gemidos enchem os jardins.
Lamenta hortências!
Lamentam os jardineiros.
O cravo chora, ele chorar e faz chorar
junto com ele olhos que até há pouco,
radiantes, sorriam.
Agora os olhos choram tanto que nem
se dão conta da presença das flores.
Chora rosa!
A esperança é um gosto que não se
desgosta na presença de mal algum.
Podaram o cravo e ele chora e faz
chorar olhos que até então sorriam.
Podaram o cravo, que chorem as
flores, que chorem os jardins.
O Observador - Chuy, novembro de 2025.
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