sábado, 22 de novembro de 2025

O Cravo

 

Podaram o cravo, arrancaram-lhe suas

flores, arrancaram-lhe a raiz.

Os sorrisos que até ontem sorriam

hoje guardam luto. 

Podaram o cravo, e o inverno

definitivamente começou.


Com o evento do inverno, alma 

alguma se atreve a prever o quão

longo e gélido ele será.

O inverno mal começou e o seu frio

intenso já obriga os viventes a

ficarem reclusos.


De agora até o fim deste inverno os

dias serão cinzentos e tristes. 

O cravo sangra e geme, e os seus 

gemidos enchem os jardins.

Lamenta hortências!

Lamentam os jardineiros. 


O cravo chora, ele chorar e faz chorar

junto com ele olhos que até há pouco,

radiantes, sorriam.

Agora os olhos choram tanto que nem

se dão conta da presença das flores.

Chora rosa!


A esperança é um gosto que não se 

desgosta na presença de mal algum.

Podaram o cravo e ele chora e faz 

chorar olhos que até então sorriam.

Podaram o cravo, que chorem as 

flores, que chorem os jardins.


            O Observador - Chuy, novembro de 2025.


                     

                              #


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