domingo, 9 de novembro de 2025

Cúmplice


Não espero e nem me desespero, as
coisas se darão como hão de se dar.
Os teus beijos, há muito deixaram
de me beijar, e o teu corpo nunca 
teve o desejo de me amar, então só
restou o frio a me agasalhar. 

Assisto tudo mudo, e mudo evito
comentar.
A verdade, enrubescida, me lança
um olhar cúmplice que pergunta
se vou deixar tudo como está, é
vou deixar ficar como está.

Não torço nem distorço, sei que o
tempo vai chegar e a despedida,
ainda que cansada, chegará.
O tempo que trás as coisas é o
mesmo tempo que muda as coisas
de lugar.

Já me esqueci do sabor dos teus
beijos, e tampouco me lembro do
calor do teu corpo.
Que desgosto, fostes de mim antes
de ter ficado comigo, e estando
ainda ao meu lado.

Te sinto tão distante que me é
difícil acreditar se algum dia, de
fato, estivestes do meu lado.
Os teus beijos me abandonaram
antes de me beijar e o teu corpo 
esfriou antes de me aquecer.

O Observador - Chuy, novembro de 2025. 


                @ 


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