No bairro onde vivi a minha juventude,
um lugar humilde, igual a quadra-2, do
Setor norte do Gama.
Sim! O Gama! Cidade satélite do DF,
o meu bairro era mais conhecido por
SHIS nova.
No meu bairro havia de tudo, lá tinha
inclusive felicidade, e eu fui muito
feliz vivendo lá.
Naquele tempo todos eram convidados
para as festinhas de fim de semana, era
só chegar e participar.
Na rua em que eu morava, todos sabiam
quando eu estava subindo ou descendo
a rua, pois ninguém arrastava os
chinelos como eu arrastava enquanto
caminhava.
Agora bateu uma saudade bruta.
Foi lá na shis nova que vivi as minhas
primeiras, e maiores paixões.
Eu vivi a Quinha, a preta, a vera, a
Dunalva, vivi inclusive a Marli.
Eu as vivia, mas nenhuma delas nunca
soube que eram vividas por mim.
Lá na shis nova, para o grupo que eu
frequentava, as peladas no campinho
de terra eram sagradas.
Os craques do pedaço eram o Raul, o
Catatau, o Ródão, o Beto, o Samir e
o Tadeu, que chegou bem depois.
Jogadores muito disputados.
Eu, com o meu jeitão desengonçado,
fazia parte do grupo dos pernas de
pau, junto com o Robson, com o
Chiquinho, o Guinha, o Jamil, e mais
uma meia dúzia de moleques que só
eram escolhidos por algum time
quando não tinha mais ningue para
ser escolhido.
O tempo passou e levou cada um de
nós para lugares diferentes, e tudo se
perdeu, acabou.
Há muito não vou na shis norte, e há
muitos mais tempo não encontro os
meu colegas, e nem os amigos de
outrora.
Até as velhas paixões recolhidas o
tempo apagou.
O Mensageiro - Chuy, novembro de 2015.
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