quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Eu chorei muito - I cried a lot.

 

Eu chorei!

Eu chorei muito quando ao nascer, me

deparei com a mais cruel das 

realidades.

O mundo que me esperava não me 

amava, não me queria.


Meu Deus! 

Nasci negro em uma sociedade racista, 

e como se esta triste realidade não

bastasse, descobri haver nascido

pobre em um mundo de ricos.

É, eu chorei.


Ao ouvir o meu choro de desespero

a pobreza, impaciente, calou o meu

choro tapando a minha boca.

Enquanto isto, do outro lado do

quarto, a pobreza fazia caretas

horríveis para me aterrorizar.


As hora pareciam ter asas, e os dias

parecia não querer me dar tempo

para eu viver a minha infância.

Sem nenhum constrangimento o

tempo me mostrou o quão ele seria  

inclemente para comigo.


Quando eu mal comecei a viver a

minha vida a pobreza, com chicotes

às mãos, me forçou a trabalhar.

Ela sempre cuidou para que me 

faltasse de tudo, inclusive amor.

Eu chorei. 


Eu chorei muito ao entender que o 

mundo em que eu vivia não era o

mundo que existia para me amar. 

O mundo me espancou muito até

eu aprender a caminhá-lo.

Eu chorei!


O Observador - Chuy, novembro de 2025.


                  %


I cried a lot.


I cried!

I cried a lot when, at my birth, I
realized the cruelest of the
realities.
The world that awaited me did not
love me, did not want me.

God!
I was born black in a racist society,
and as if this sad reality were not
enough, I discovered I had been born
poor in a world of rich people.
Yes, I cried.

Hearing my cry of despair, the
poverty, impatient, silenced my
crying by covering my mouth.
Meanwhile, on the other side of the
room, the poverty made horrible faces
to terrify me.

The hours seemed to have wings, and the days
seemed not to want to give me time
to live my childhood.
Without any embarrassment, the
time showed me how
merciless it would be towards me.

When I had barely begun to live my
life, poverty, with whips in her hands,
forced me to work.
It always made sure that I lacked
everything, including love.
I cried.

I cried a lot when I understood that the
world where I lived in was not the
world that existed to love me.
The world beat me a lot until
I learned how to navigate it.
I cried!

%

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Devotos da perversidade.

  Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça  de um coração justo ...