terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Falsa amizade - False friend


Faces,
disfarces
escondidos em sorrisos,
perigo.

Mãos estendidas,
beira de precipícios,
para onde empurram,
os incautos, novos amigos.

A solidão
abraça em plena multidão.
Buscar amigos é abrir portas,
portas, para os inimigos.

Os sorrisos 
escondem as más intenções,
disfarçam o ódio daqueles 
que não conseguem amar.

Amigos que,
se fossem inimigos, tanto 
mal não conseguiriam causar.
Me sinto mal.

A insanidade
pari maldades, querer abraçar 
e ser abraçado, a perversidade
não vai deixar.

  Habacuc, - Chuy, dezembro de 2015

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False friend


Faces.
Disguises,
Hidden in smiles,
Danger.

Outstretched hands,
Edge of the cliffs,
To where to push the
Unsuspecting new friends.

The loneliness,
Embraces in full crowd.
To seek friends is to open the doors
To enemies.

The smiles,
Hide faces,
Hide hatred,
That don't get to love.

Friends,
If they were enemies,
They wouldn't do as much harm.
I feel bad.

Insanities,
Evils overflow,
It want to hug, want to be hugged.
Perversity.

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Desencontro



Calei.
Diante do pavor das lágrimas que se
agarravam no nada em sua tentativa
inútil de fugir dos motivos que 
tinha para chorar me calei.
Calei.

Abismado, vi o sorriso recusar-se a
sorri, vi o “senão” fingir ser a 
certeza e fazer crer não haver outro
jeito.
Também vi a certeza, atormentada, 
encher-se de dúvidas e se calar.

Dúvidas, malditas dúvidas!
O medo, sujeito fraco, nojento, 
desperta o medo e rouba a paz.
Paz, que paz?
Como ter paz quando a paz me 
abandonou?

Calei!
Diante do assombro das faces me calei.
Vi medos, admissão do terror, que 
horror!
Bater à porta ao entrar, passar para os 
outros as minhas incertezas e deixar
ficar como se nada tivesse a ver.

Enfim, o gosto amargo do medo!
O pânico e a minha incapacidade de 
engolir mais este trago.
Ironia!
O silêncio me assusta mas diante das
faces assustada, me refugio, quero
ficar sozinho. 

As noites escuras me amedrontam,
as madrugadas me incomodam,
quero ser amado mas tenho medo de 
me apaixonar.
Os eventos da vida nada mais são
que desencontros.
São só desencontros.

 O Observador - Chuy, dezembro de 2015.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Não me chorem


... as pedras caiam, mas que não me acordem.
Discordem, calem, calem porque não 
chorarei as mortes.
A sorte dos que partem é não verem a
lágrimas dos que ficam.

... o pó se levante mas, quando caírem, que 
não caiam em meus olhos.
Não chorarei pó, resto de vida, poeira, 
asfixia.
Não permitirei os meus olhos lacrimejarem.

... tragam flores, mas que estas não sejam 
para o meu túmulo, infortúnio que ainda 
não me sucedeu.
Sou eu a vida depois da vida, um caminho 
só de ida, vida que a vida viveu.

... me chorem!
Indo embora não me despedirei, dou-te o 
meu abraço agora, para não ter que te
encontrar me esperando.
Não sou vida, sou pedra, sou pó, sou só.

... que as pedras caiam!
... a terra me cubra até que eu esteja 
pronto para voar.
... as lágrimas sequem antes de eu me 
deitar.
... me chorem, não gosto, nem irei gostar.


         O Mensageiro - Chuy, dezembro de 2015


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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ferir - Hurt



Não calo vozes,
Nâo abro feridas,
Não firo.

Minto.
Minto quando digo verdades,
Mentiras que beberei.

Bebo a sede,
Como a fome e,
Curo venenos.

Nunca quis querer,
Nego os sentimentos,
Vivo sem viver.

Atropelo o tempo,
Viajo no vento,
Vejo as faces.

Sorrisos e lágrimas,
Os prantos morrem mudos,
Sem revelam dores.

A paixão esquece,
A desilusão ilude.
Não!!!!!
Estupidez.

Não calo vozes,
Nem mesmo as que me 
Chamam no meio da noite.
Não calo.

Não me assustam os sustos
Que se escondem atrás das
Portas.
Nego!
Não me assusto.

Rejeito as mentiras que digo,
Refugo até as que calo.
As minhas verdades.

Lido da Silva - Chuy, setembro de 2015


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Hurt


I do not silence voices,
I do not open wounds,
I don't hurt.

I lie.
I lie when I tell the truth,
Lies that I will drink.

I drink the thirst,
I eat the hunger, and
I heal poisons.

I never wanted to want,
I deny the all the feelings,
I live without to live.

I run over the time,
I travel in the wind,
I see faces.

Smiles and tears,
Tears die mute,
They show no pain.

The passion forgets,
The disillusionment eludes.
No!!!!! 
Stupidity.

I don't silence voices,
Not even the ones that
Call me in the middle of the night.
I don't silence.

I'm not scared of the scares
That hide behind the
Doors.
No way!
I'm not scared.

I reject the lies the I tell,
I refuse even the ones that I shut up.
My truths.

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Desencanto



Calado, permito que o sopro do vento
seque as minhas lágrimas.
A tristeza, senhora de si, empossa-se
do que sou. 
Ela toma conta do meu eu e faz caso
com descaso.
O tempo não passa, as feridas 
sangram, sangram uma última canção.
O ambiente em minha volta canta o 
silêncio que vive em meu coração.

O tempo, como tempo, deixa de 
existir no meu dia a dia.
As batidas do coração batem em meu 
peito com tanta tristeza que o faz
sangrar. 
O silêncio se fez maior e me 
amedronta, a cisma cismada da um nó
em minha garganta e me sufoca, 
sufoca o meu soluço, não consigo 
chorar. 

Indiferente à minha dor a noite chega,
ela chega fria como a sua despedida.
A lua, sabendo da minha agonia, se 
esconde.
As estrelas fazem-se turvas ao meu 
olhar choroso, sou o desequilíbrio, 
me pareço com a tristeza e, nada sinto
senão um ninguém, ninguém toma 
conta de mim, ninguém segura a 
minha mão.

Mudo, sem contestar ouço os nãos!
Os nãos que não me negam, mas me 
arrastam para o vazio da solidão.
Ela não partiu, não foi, ficou comigo e
fiquei só, só eu e a solidão e assim, vivo 
só.
Vivendo só, murmuro, cantarolo as
músicas que outrora eram as nossas
canções.

     Habacuc - Chuy, dezembro de 2015

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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Distraído


Desavisado,
olho o céu e
me descubro vigiado pela lua.
Estou na rua,
descalço,
piso às feridas
que me ferem.

Esquecido,
sinto saudade dos teus braços,
abraços que tanto me abraçaram e,
de repente me abandonaram,
me deixaram na rua.
Na rua piso às feridas que
o desagasalho fere.

Um beijo,
desejo de ser beijado por ti.
Ilusão, quanta paixão!
Esquecido, abraçado pela solidão
saio à rua, a nossa rua.
A lua discretamente me observa e,
Esconde-se ao pressentir o meu
olhar.

Distraído não percebo o escuro
da noite observando eu chorar
a tua ausência.
Sinto saudade do que foi 
consumido pelo tempo, a rua, a lua, 
os teus braços, os abraços.
De tudo só restou o vazio, o frio.

 O Observador - Chuy, novembro de 2015.

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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Um caso


O descaso,
pouco caso,
às lágrimas.
Medo de partir,
o receio da solidão,
desilusão.

Desilusão,
o esperar em vão,
a incertezas.
a angústia,
a chuva,
o chão.

Esperar e 
deixar acontecer,
pagar para ver.
Ouvir o não,
tragar decepção,
engolir a solidão.

Uma vez,
outra vez,
mais uma vez.
Chega!
Parou,
acabou.

Mauro Lucio - Chuy, outubro de 2015. 

                &



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Uma linha


Uma linha,
um pensamentos,
os senão,
o horizonte,
o medo.
O cair da tarde,
o vento morno soprando,
o suor,
a cisma,
o chão.

A escuridão,
os sussurros,
frases perdidas,
as intenções,
a noites.
As estrelas,
as passos no chão,
a palpitação,
os desejos,
os beijos.

Madrugadas,
o silêncio,
a namorada,
as carícias,
a ilusão.
A eternidade,
os sonhos,
os beijos,
os abraços,
o nada.

A lua,
a rua,
a estrada e os
passos.
A caminhadas,
o orvalho,
o perfumes,
a madrugada,  
os beijos,
um beijo,
a risadas.

 Mauro Lucio - Chuy, outubro de 2015.  

           &

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Destroços - Wreckage



Choro destroços,
Precalços que a vida me impõe.
Sofro nos descaminhos que vivo,
Vivo desamores que desamei.
Em quem ontem bati, hoje me bate,
Cacos que quebrei me cortam,
Às vítimas dos amores que desamei,
Peço perdão, mas os seus perdões não me
perdoam.     

O tempo furta-me o pouco tempo que tenho,
As horas me escapam,
Fogem como os segredos que não guardei.
A sorte, infiel, acusa-me de infidelidade,
Infeliz experimento a infelicidade.
Caio sobre os destroços que destrocei,
Me firo nas feridas que feri,
Me ferem os sorrisos dos quais outrora sorri.

Choro destroços,
Pedaços de amores que quebrei,
Restos das ilusões que matei,
Mentiras que menti,
Meias verdades que falei.
Vida, mulher desumana!
Cobra-me pecados que me deste a viver,
Castiga-me como se fosses tu inocente,
Sem culpa nos pecados que pequei. 

        Lido da Silva - Chuy, setembro de 2015. 

                         &

Wreckage

I cry wreckage,
Mistakes that life imposes on me.
I suffer in the ways that I live,
I live the unlove that I despised.
Whom I hit yesterday, hits me today,
Shards that I broke cut me,
The victims of the loves that I don’t loved,
I ask forgive and the forgive does not forgive me.
 
Time robs me the time that I have,
The hours escape me,
Flee like the secrets I didn't keep,
The unfaithful luck accuses me of infidelity,
Unhappy I experience the unhappiness.
I fall on the wreckage I smashed,
I hurt myself in the wounds that I hurt,
The smiles that once smiled hurt me.
 
I cry wreckage,
Pieces of loves that I broke,
Remains of the illusions I killed,
Lies I lied,
Truths that I invented.
Life, inhuman woman!
Charge me for the sins that you gave me to live,
Punish me as if you were innocent,
With no blame for the sins that I've sinned.

                &



quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Te amo - I love you




Te amo!
Com maior intensidade que os voos dos pensamentos,
Te amo.

Te amo!
Com o mais profundo da pureza,
Te amo.

Te amo!
Como o mais terno dos olhares,
Te amo.

Te amo!
Te amo!
Te amo.

Te amo!
Simples assim,
Te amo.

Te amo!
Sem explicações,
Te amo.

Te amo!
Como uma canção,
Te amo.

Te amo!
Te amo!
Te amo.

Te amo!
Como o vento beijando as flores,
Te amo.

Te amo!
Como os mistérios da madrugada,
Te amo.

Te amo!
Como a brisa perfumando as manhãs,
Te amo.

Te amo!
Te amo!
Te amo.


O Observador - Chuy, setembro de 2015.

      
&



I love you


I love you!
With the thoughts ‘intensity,
I love you.

I love you!
With the purity´s deepness,
I love you.

I love you!
As the most profound gaze,
I love you.

I love you!
I love you!
I love you.

I love you!
Simple like that,
I love you.

I love you!
No explanation,
I love you.

I love you!
As the most sweet song,
I love you.

I love you!
I love you!
I love you.

I love you!
As the wind kissing the flowers,
I love you.

I love you!
As the dawns ‘mysteries,
I love you.

I love you!
As the morning´s breeze,
I love you.

I love you!
I love you!
I love you.

&

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Tudo, nada - Nothing



Teus olhos,
os teus braços,
os  abraços,
o afeto,
o beijo,
O calor do teu corpo,
o teu perfume,
o teu jeito,
as lembranças,
a saudade.

O tempo,
a vontade,
o "querer estar perto",
a distância,
as recordações,
a tristeza,
as lágrimas,
as lágrimas
o frio,
o coração.

A solidão,
o inverno,
o frio,
o nome,
o teu nome,
a tua voz,
o "longe",
o lugar,
o vento
saudades.

Mauro Lucio - Chuy, setembro de 2015.


    & 


Nothing

 Your eyes,
Your arms,
A hug,
The affection,
The kiss,
The glow,
Your perfume,
Your way,
The memories,
The longing.

The time,
The wish,
To stick around,
The distance,
The memories,
Sadness,
Tears,
Tears,
The cold,
The heart.

The loneliness,
The winter,
The cold,
The name,
Your name,
Your voice,
The away
A place,
The wind
The longing.

&

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Negro

                                      

Negro, filho da dor,
foi parido sem gritos,
o descanso nunca o ninou,
o mel não adoçou a sua boca,
mas o fel o amamentou.

Negro!
O teu olhar o acusa, o critica,
a tua cisma o açoita, 
e a tua desconfiança o agride.

Negro.
Alvo da tua demagogia,
detento da tua repreensão.
O teu racismo o acusa, a tua polícia
o policia independente se de noite
ou de dia.

Negros!
Para ti, todos são suspeito e, ainda
que negues, as tuas atitudes
te denunciam.

Negro!
Altivo, tripudia o teu menosprezo,
zomba da tua fidalguia,
desdenha da tua soberba,
e te tira para dançar.

Negro valente!
De vencido a vencedor, venceu o
tempo, venceu a dor, e as 
dificuldades nunca o desanimou.
Negro!
Negro senhor.

O Mensageiro - Chuy, setembro de 2015


                 &



sexta-feira, 4 de setembro de 2015




Vivo só!
Vivo como as noites sem lua, 
me sinto como o silêncio na madrugada.
Estou só.

Só!
Estando só falo e o silêncio, mudo, me responde.
Vivendo só, a alegria não me vê.
Vivo só.

Me sinto só!
Me sentindo só, não me falta tempo,
e as horas, preguiçosas, não passam.
Estou só.

Odeio ser só!
sendo só, falo e não me ouves, e 
me percebendo só, as lágrimas chorarem.
As lágrimas choram a minha solidão.

Sendo só!
Te chamo e não me respondes.
Só, ouço as batidas tristes do meu coração.
Detesto a solidão.

   Lido da Silva-Chuy, Setembro de 2015.

&


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Flor bela


Bela flor!

Flor, num descuido,
uma moça,
uma senhora,
Uma mulher.

Mulher,
rosas de beijos ardentes,
tulipas sorridentes,
perfume no ar.

Flor,
evento maior da estação,
paixão,
uma  linda canção.

Flor bela,
é ela esbanjando 
meiguice, caricie,
o amor está no ar.

Devanear, sorriso,
Desejos, vontades, gana de
se apaixonar,
se apaixonar por uma flor.
Um linda mulher!

Flor,
um abraço apaixonado
sobre a relva.
Um sorriso, uma canção
só para ela.

Flor bela,
Perfume da aurora,
brisa, ela e a brisa
fazendo tudo acontecer.


Flor da madrugada,
amantes,  amadas, braços
e abraços e o ficar 
até o amanhecer.

Flor,
versos, desejos, encontros
consentidos e não
permitidos, amor, 
paixão.

O Observador - Chuy, agosto de 2015.

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Devotos da perversidade.

  Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça  de um coração justo ...