domingo, 7 de junho de 2020

Sem sentido



Não entendo o sentido do silêncio
Quando este não diz nada.
Não responder não anula as questões,
Elas estão lá, ficam caladas, mas ainda
Assim vejo a interrogação em seus olhos.

Quando me deparo com o silêncio,
Sem graça abaixo a minha cabeça
Desvio o meu olhar do seu olhar.
É horrível não saber responder a interrogação
Expressar em um olhar ansioso.

Não entendo o sentido do silêncio
Quando este se faz mudo.
Nu como as perguntas dos tolos,
O sorriso, meio que zombeteiro, desdém
Do que parece inteligente na interrogação.

E o senão que condiciona tudo.
Não faz sentido vestir o silêncio quando
O sorriso chora.
Deixar para lá não ameniza a angústia
De quem está a esperar.

Nunca entendi a necessidade da busca
Pelas coisas. São coisas, diz o silêncio!
As coisas só acontecem porque têm que
Acontecer, mas tal como o silencio,
Não têm sentido algum.

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                                      Samambaia 08.06.2020

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