quarta-feira, 24 de junho de 2020

Tudo é cisma




Tudo é cisma!
Os argumentos gladiam-se após o flertar.
Confuso, o medo, com medo cala.

O escuro cisma com a noite, só prudência.
Em tempos confusos, o silêncio cala.
A lua, cautelosa, não espera pela madrugada.

Os cachorros vigiam a casa, mas não latem!
Os gatos há muito não andam nos telhados.
Só há trevas, mesmo nos dias de sol, trevas.

Os leões urram mas só miados são ouvidos.
Que chova, que passe logo, que seja resolvido.
Os pássaros falantes foram engolidos.

Aqui, ali, e acola, ouve-se barulhos!
Cismado, o medo fecha as portas e as janelas.
Claro! A vara verga antes de açoitar.

Tudo é cisma, até mesmo o cismar.
O cantar de outrora quer voltar a cantar.
Mas o cantar de agora jura, não vai deixar.

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