Ontem, bem ali na esquina, vi uma voz
ser calada.
O medo que reina no momento é tão
Os cachorros não latiram, fingiram não
Os cães não latiram!
A prudência os calou, e então me sentindo
desprotegido, optei por calar-me também.
Sim, diante do silêncio amedrontado cães,
optei por calar-me.
Sem a proteção dos cachorros me senti
totalmente vulnerável, desprotegido, e
então guardei silêncio.
Se os cães que nasceram para rosnar diante
das situações atípicas estão guardando
silêncio, quem sou eu para resmungar?
Até os gatos, que normalmente passeiam
sobre os telhados observando o ambiente
do entorno, astuto como são, ao
perceberem o incomodo do momento se
recolheram.
Tomados pela cismas, e sem querer
arriscar algumas de suas sete vidas,
desceram dos telhados e se recusam a
comentarem sobre o assunto.
Ainda que com a minha consciência me
condenando, fiz como os gatos, calei-me.
Me calei, mas este meu silêncio me
consome, ele me doí muito.
Choro a dor de ver vozes sendo caladas!
Choro, também, a agonia de não saber
quantas outras vozes ainda precisarão ser
caladas para que os cachorros
entenderem que precisam voltar a latir.
Lido da Silva, Chuy, novembro de 2023
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