sábado, 28 de dezembro de 2024

Em meu interior



Observando as minhas atitudes

interior, percebo os meus

pecados ansiando por pecar. 

Percebo a inquietude do meu

espírito e o seu protestando por

eu censurá-lo.


Misericórdia meu amado Deus!

Os pecados que nasceram 

juntos comigo insistem em pecar.

São pecados, os meus pecados,

mas entendo não ser obrigado

a peca-los.  


Agora, já idoso, olhando pelo

retrovisor da vida, me entendo

como alguém que sempre 

caminhou lado a lado com os 

pecados sem, no entanto, 

tomá-los por companheiros.   


Piedade amado Deus!

Nunca se canse de me perdoar e,  

quando me julgares, me julgue

como os pais julgam seus filhos e

nunca como os juízes soiam julgar. 

Sou seu filho senhor!


      Habacuc, Chuy, dezembro de 2024.

 

                    @ 


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

A felicidade

 


Não sei quantas chuvas vivi, mas

sei que já vivi o suficiente para

saber que, querer passar para os

outros a fórmula da felicidade é 

sandice.


As despedidas me ensinaram que

a felicidade e a tristeza moram

no mesmo endereço, e por serem

muito próximas, andam de mãos

dadas.


A vivência me ensinou que a

felicidade é como um sopro, é

como uma experiência que se dá

sem a necessidade de se explicar.

A felicidade acontece, só se dá.  


Eu mesmo, em muitas ocasiões,

vivi a infelicidade por não ser

capaz de reconhecer a felicidade.

A felicidade compartilha o

mesmo této com a infelicidade.  


Não sei quantas outras chuvas

ainda viverei, mas o que as

chuvas me ensinaram sobre a

felicidade, guardo comigo, bem

aqui, comigo.


O Mensageiro - Chuy, novembro de 2024.


              @ 


domingo, 17 de novembro de 2024

Vives em mim


Acreditei ter me despedido de ti,
mas ainda hoje, tenho você
comigo.
Vives em mim, és a fonte de
toda a saudade que aflige o meu
coração.

Quando te disse adeus, acreditei
estar te deixando ali, onde nos
vimos pela última vez.
Não foi o que aconteceu e, até
hoje, te guardo comigo.

Meu Deus!
Quantas vezes, sacudido no
meio do dia pela saudade, desejo,
como louco, me reencontrando
contigo.

Os anos se passaram, mas
esta parte da estória da minha
vida, o tempo se recusou a
apagar.
Você está aqui, mais viva que
tudo, no meu dia a dia.

Tomado pela saudade, em meio
ao silêncio da madrugada,
tento ouvir a sua voz, mas o
tempo me repreende, ele me
lembra que você é uma história
que eu não soube viver.

 

O Mensageiro - Chuy, novembro de 2024.


                @ 


sábado, 16 de novembro de 2024

Confusões

 

Observando as minhas confusões

me deparo com as situações me

tirando para dançar com elas e

danço!

Danço do amanhecer ao anoitecer. 


O céu amanheceu cinzento e o

vento sopra desconfiado.

O sol avisou que não sairá hoje, 

então que a noite não tarde, e que

a tarde não se manifeste.


O hoje, cheio de incertezas, não

tem o que me dizer. 

Ele está esperando pela chuva, 

mas a vinda da chuva é tão 

incerta quanto os meus dias.


Diante de tantas incertezas, me

desfaço do que me restava de 

lucidez e converso  com o 

silêncio que, até então,

 permanecia mudo ao meu lado.


Há muito a loucura me espreita e

as incertezas me incomodam e 

então, observando as minhas 

confusões percebo a loucura  me

tomando pela minha mão. 


  O Mensageiro - Chuy, novembro de 2024


segunda-feira, 28 de outubro de 2024

O observador

 


Observando o mundo à minha volta,

percebo o desespero tomando os 

viventes pelas mãos e os conduzindo 

ao medo.


O medo espreita, o desconhecido é

sinistro, mas nenhum vivente se 

atreve a acender a luz. 

O medo está no controle.


Pobre de nós, os inocentes, perto

dos culpados, e distantes do

Criador!

Que o medo não me ouça!


O desespero só é aterrorizante hoje

porque, no passado, nós, os

viventes, o escolhemos. 

Loucura!  


Que o Criador tenha misericórdia

de nós, os incautos, porque os

culpados jamais tem pena de

alguém. Viventes devoram viventes.


O Mensageiro - Chuy, outubro de 2024


                #


sexta-feira, 25 de outubro de 2024

O Aldrabão

 

O aldrabão mente, ele planta a mentira onde

os seus pés pisa o chão.

Desplante!
A mentira deseja morrer diante d
o excesso

de mentiras do aldrabão, mas este não se

importa e segue mentido compulsivamente.


A mentira se irrita diante da desfaçatez do

aldrabão, mas o aldrabão, insensível, mente

em compulsão.

Ele não respeita nem o direito da mentira de

só ser semeada em tempos de semeadura


Que a pobre da mentira não se desnude

diante dos desmandos do aldrabão.

Que o aldrabão não dispa a mentira com

tantas mentiras.

Destino ingrato o da mentira, depender de

aldrabões para existir.


Ainda ontem, enquanto discorria sobre a

mentira, o aldrabão foi constrangido

enquanto mentia sobre esta.

Ela, a mentira, não suportando os excessos

do aldrabãodiante de todos, expôs as suas

mentiras.


Ou o aldrabão se controla em suas mentiras,

ou sofrerá o constrangimento de ter as suas

mentiras expostas pela mentira.

É perceptível o desconforto da mentira

diante de tantas mentiras ditas pelo

aldrabão.


O Mensageiro - Chuy, outubro de 2024.


                  #


segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Sou o culpado - I'm the blamed one

 

Das desculpas, fico com o cetissismo,

não dou um pio, fico mudo.

Deixo de lado as explicações, mas

observo as interjeições.


Das quedas, fico atento aos tombos.

Dos sorrisos, vigio os motivos de

estarem sorrindo.

Que o depois não seja as lágrimas!


Se houver lágrima, que essa possa

sorrir do que a motivou.

Que seja, não importa, não vou me

enganar, ouço viventes chorando.


Das desculpas, fico com a culpa!

Sendo o culpado não preciso me 

explicar.

Já fui julgado, e estou condenado.


Não é por culpa da minha culpa que

me calo diante do que sou acusado.

A culpa sempre aponta alguém, e

desta feita, o apontado sou eu. 


         O Mensageiro, Chuy, outubro de 2024.


                 #


I'm the blamed one 


As for excuses,
I'm stay with skepticism.
I don't say a word, I remain silent.
I give up of the explanations, but
I do observe the interjections.

As for falls, I pay attention to the tumbles.
As for smiles, I pay close attention to the 
reasons of the smily.
May the aftermath not be tears!

If there are tears,
may it smile of what has motivated them.
Whatever, it doesn't matter, I won't
deceive myself, I´m hearing cry.

As for excuses, I'm stay with the guilt!
As being the guilty, I don't need to
explain myself.
I've already been judged, and I'm condemned.


It's not because of my guilt that
I remain silent in the face of what I'm accused of.
The blame always points someone, and at 
this time, I'm the one being pointed at.

                       $

domingo, 1 de setembro de 2024

O dono da razão

 

Sei, não sou  o dono da razão, mas não

aceito ser abandonado por ela, nos

momentos em que as circunstâncias

clamam por sua presença.


Ciúmes da razão, tenho de vez em

quando.  

Acesso de possessão, no meu caso,

ocorre aqui e ali, mas não chega a ser

nada que preocupe.


Ainda que tendo razão, só me sinto

seguro se a razão estiver comigo, ao

meu lado.

Vejo a razão como uma mulher

vaidosa, podendo até ser traiçoeira.


Sim, eu disse traiçoeira!

Não raramente, se conveniente, a

razão muda de lado. 

A vida ensina que a razão também 

tem seus medos.


Não sou o dono da razão, mas ainda

que sendo ela, a razão, uma mulher 

dada, sugiro não mexer com ela, se

ela estiver em minha companhia,  eu

posso me zangar.


O Mensageiro, Chuy, setembro de 224


                @ 


domingo, 25 de agosto de 2024

Uma mulher chamada Vaidade.

 


E, de repente, me flagro pensando na vaidade.

Vaidade, mulher faceira que me faz crer 

vive-la, enquanto ela me vive. 

Sim, a vaidade me vive, me vive até onde, não

sendo eu mais útil a ela, me entrega à velhice.

Velho, sou abandonado pela vaidade nos

braços do meu destino. 


Verdade! Entretido com as fantasias que a 

vaidade, astutamente oferece, envelheço sem 

me dar conta das crueldades desta  mulher

chamada vaidade.

A vaidade me vive me fazendo crer ser eu

vivê-la. 

Tolo, envolvido pela vaidade, não percebo ser

apenas um joguete em suas mãos.


Amo a vaidade, como nenhum homem deveria

amar uma mulher, mas a amo.

Ainda que reclamando pelo desdém com que

sou tratado pela vaidade, a amo como jamais

amei outra mulher.

Hoje, velho grisalho, me causa arrepios a 

indiferença com que sou tratado pela minha 

paixão maior, a vaidade.


Velho, vivendo das recordações do tempo da

juventude, enciumado, assisto a vaidade,

indiferente ao que fomos, sair com jovens.

A vaidade me devolveu ao meu destino, 

destino que abandonei em minha juventude 

para viver, com a vaidade, as suas aventuras.

Que o meu destino não me despreze como o

desprezei quando me entreguei a vaidade.


          O Mensageiro - Chuy, agosto de 2024.


                          @ 


Devotos da perversidade.

  Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça  de um coração justo ...