quarta-feira, 7 de março de 2012

Parque Olho d´água



Em tuas trilhas, parque Olho d´água, cruzo 
com incontáveis rostos e diferentes 
semblantes.
Faces com disfarces, rostos sem rostos, 
pensamentos, pessoas, sorrisos e tristezas.
Em teu ceio, meu parque, a natureza 
discute se se faz mais linda ou se linda 
como parque Olho d´água está bem!
Amado parque Olho d´agua! Em tuas 
manhãs bailo abraçado à tua musicalidade,
danço ao ritmo do canto dos pássaros que 
alegram o teu amanhecer. 
Passo! 
Sigo, corro atrás dos muitos devaneios que
só devaneio enquanto caminhando os teus
caminhos.

A brisa da madrugada, após banhar-se em 
tuas fontes, parque olho d´água, sopra por 
entre tuas árvores e passeia sobre relvas e
me veste com o teu perfume. 
Por entre as tuas folhagens o sol, 
indiscreto, observa a minha caminhada e 
me acaricia com os primeiros raios de luz
e, então, sigo!
Sigo correndo, sonhando, devaneando os 
devaneios que só devaneio quando em teus
caminho.
De repente, um passante, passa por mim 
sem falar comigo e isto me inquieta.
Tudo bem, logo a seguir, vislumbro os 
problemas desistindo de alcançá-lo.
A tua magia, parque Olho d´água, livra os
viventes dos pesadelos do dia a dia.

Meu amado parque Olho d´água!
O teu entardecer é uma sinfonia, é a 
sinfonia que as sinfonias amam tocar.  
De repente o céu se colore, se faz mais 
lindo e te abraça com uma infinidade de 
cores.
Neste momento os pássaros cantam para ti
as suas mais lindas canções do entardecer, 
enquanto eu vivo mais este sonho. 
Os pássaros cantam por entre as folhagens
e emprestam a beleza e alegria do seu 
cantar aos passantes que, sem perceberem, 
desfrutam do prazer de caminhar os teus 
caminhos. 
Meu querido parque Olho d´água!
Dentre os viventes que te visitam no teu 
dia a dia estou eu. 
Eu que, em ti, parque Olho d´agua, vivo 
cada um soa meus sonho.
São devaneios que brincam de esconde
esconde comigo atrás cada uma de tuas 
árvores, são sonhos que anseio viver. 
Meu amado parque Olho d´água, em mim,
para sempre, irás morar.

            Lido da Silva, Brasília, março de 2012


                                    *




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