Uma fala inoportuna,
um pensamento desfeito,
a decepção.
A mão estendida aguarda por algo que
não vem, o sorriso ri sem graça e, sem
graça, se desfaz.
O sorriso sai, sai sem jeito, vai para
não mais voltar.
O olhar frio fita a situação, e o faz
sem compaixão.
Uma troca de olhar,
a ira estampada no rosto, o desgosto.
A vontade de brigar grita, mas o
bom senso a faz calar.
Cala!
Sai!
Vá!
Dê uma volta e, não tarda já terá
esquecido o ocorrido, passou.
Choque de palavras, estranheza no
modo de expressar, conclusão
errada e está aí a confusão.
Um conflito, um grito, o suor
escorre na face, que desgosto.
O ódio quase vence o amor, mas
este reage.
Uma palavra extemporânea, mal
colocada, uma troca de olhar, a ira.
O gosto amargo na boca,
sacrifício, engole a decepção.
A ofensa corre e grita:
- Vou arrebentar!
O grito mudo que perguntaria,
"- Arrebentar quem?" se cala.
Cala tudo que havia no ar.
O Observador - Brasília, março de 2012
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