O sol do meio dia esconde a minha sombra e
me assombra.
Me procuro escondido nas sombras do sol
mas não me encontro, fui absorvido sumi.
O escuro da noite engole a minha sombra e
ambas se confundem.
A sombra da noite se mistura à minha
sombra e se confundem, se confundem, e
juntas, caminham às veredas escura e então,
creio ouvir os meus passos me seguindo.
Assustado apresso os meus passos e estes
apressados correm atrás de mim.
O sol do meio dia rouba a minha sombra e
na sombra não me encontrar.
A lua brilha no céu estrelado e desperta os
mistérios da noite.
A coruja, bisbilhoteira, vigia as ruas para
ver quem passa e o que se passa, os répteis
cantarolam e o medo espreita.
O sereno serena!
O sereno cai sobre a relva e desabrocha seus
perfumes e esses enchem o ar e aí
permanecem até que a lua vá dormir.
A lua vai dormir e leva consigo os seus
mistérios, os mistérios da noite.
O vento frio da madrugada sopra o sol e o
tira da cama.
Sonolento, o sol surge preguiçosamente
entre as nuvens, e sua luz revela todas as
sombras escondidas por ele no meio dia e a
minha sombra reaparece, apareço!
Apareço e percebo a minha sombra me
acompanhando, ela segue os meus passos
enquanto caminho às alamedas da vida.
Guardar-me-ei do sol do meio dia porem,
caso o encontre, o pedirei para não
esconder a minha sombra outra vez.
Mauro Lucio - Chuy, Brasília, março de 2012.
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