O sol do meio dia, ao esconder a minha sombra,
Me assombra.
Me procuro escondido nas sombras do sol mas
Não me encontro, me escondi de sumi.
O escuro da noite engole a minha sombra e se
Confundem.
Se confundem e, caminhando pelas veredas
Escura, creio ouvir os meus passos me
Seguirem.
Assustado apresso os meus passos e estes
Apressados correm atrás de mim.
O sol do meio dia rouba a minha sombra e na
Sombra não consigo me encontrar.
A lua brilhou no céu estrelado e despertou os
Mistérios da noite.
A coruja, bisbilhoteira, vem ver quem passa e o
Que passa,
Os répteis cantarolam enquanto o medo fica à
Espreita.
O sereno serenou!
O sereno cai sobre a relva e desabrochou seus
Perfumes que enche o ar e aí permanece até
Que a lua vá dormir.
A lua vai dormir e leva consigo os seus mistérios,
Os mistérios da noite que nada revela.
O vento frio da madrugada sopra o sol e o tira
Da cama.
Desconfiado, o sol surge preguiçosamente por
Entre as nuvens, e sua luz revela todas as sombras
Que ele haverá de esconder ao meio dia,
A minha sombra aparece, apareço!
Apareço e vejo a minha sombra que me
Acompanha, ela segue os meus passos enquanto
Eu caminho às alamedas da vida.
Guardar-me-ei do sol do meio dia e direi para
Ele pare que jamais esconda a minha sombra.
Lido da Silva
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