terça-feira, 11 de março de 2025

O teu chicote



Não creio que me odeias como
acreditas me odiar.
Penso que o que inquieta o teu
espírito é saber que já não vivo
mais sob o teu julgo, que já
não me encontro ao alcance do
teu chicote, já não podes me
chicotear.

O meu pesadelo acabou, o teu
destempero já não me aflige, e
os teus gritos não me acordam
mais no meio da noite para me
acusar.
Estou fora do alcance do teu
chicote, não podes mais me
chicotear.

Há muito não sei de ti, e quando
fico sabendo, sou avisado do
teu desprezo por mim.
Enfim, não creio em teu
desprezo, acho que o que te
angustia é saber que gosto das
coisas assim como elas estão.
O teu chicote não chegando 
em mim.

O teu chicote, se eu permitisse,
ainda hoje me chicotearia.
Ninguém percebeu as minhas
lágrimas, mas chorei muito
enquanto sob o teu julgo, o preço
cobrado pela minha liberdade foi
absurdo, mas valeu, estou fora
do alcance do teu chicote.

O mensageiro - Chuy, março de 2025.


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domingo, 9 de março de 2025

O pó e o teu corpo


A terra, o pó e o teu corpo.
O teu corpo!
A vida, o sorriso, as lágrimas, o cantar e eu.
O cantar que canta, que expressa os sentimentos,
a razão.
Os pensamentos confusos, a certeza cheia de
incertezas, às dúvidas.
A caminhada iniciada sem a certeza da chegada
ao destino.

A terra, o pó, o teu corpo.
O vento a soprar, o sol a aquecer e a lua com o
seu olhar meigo.
As lágrimas vertidas em momentos de alegria e
de emoção, ansiando por distinguir-se dos prantos,
das lágrimas choradas em momentos de tristezas.
O teu corpo, a tua vida, a vida que te concedo,
as tuas certezas e incertezas.
Os medos do início, do fim e do meio.

A terra, a água, o ar, a tua vida.
A vida que ganhastes sem pedir e que vives
acreditando não ter satisfações a dar.
O teu pranto, o teu sorriso e os motivos pelos
quais choras e sorris.
A vida, a terra, o pó e tu com a tua displicência
em me reconhecer.
A chuva, a lama, o barro seco e o pó, o teu
corpo.

          O Mensageiro, Chuy - março de 2025

                    +


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Estou ao relento

 

Os bons sentimentos foram-se, 

sumiram, dissolveram-se no tempo,

me deixaram ao relento, estou  só.

Só, choro as lágrimas que o teu

adeus deixou em mim. 


Dado as circunstâncias, ainda que

não acreditando mais em 

sentimento algum, sinto ser eu a 

apagar a luz e trancar a porta,

a porta do meu coração.


Sem ti, ainda que sendo verão, o 

vento se faz frio em meu peito.

Que jeito?

Sem jeito não vejo as estrelas que

brilham no céu e, não me importa a

lua, não tenho gana de sair às ruas.


Dado as circunstâncias, apesar de

já ter decorrido décadas, a dor do

teu adeus ainda dói em mim.

Meu Deus!

Caminhei tantos caminhos que nem

sei em que descaminho te perdi.


        Lido da Silva - Chuy, fevereiro de 2025.


                        #


sábado, 18 de janeiro de 2025

Quem se importa

 


Quem se importará com a dor, se

a dor doer somente em mim?

Meus tropeços, minha vida, ouço,

mudo, os sorrisos dos risos que 

sorriem zombando de mim.


As lágrima vertidas pelos meus

lamentos, ferem a minha face 

quando em sua marcha feroz 

rumo aos meus lábios.

Num descuido, abrem 

violentamente os meus lábios e 

os obriga bebe-las. 


São tantas as pedras em meu 

caminho que, que em certos 

momentos de minha jornada 

duvido se viver é melhor que 

morrer.


Quem se importa com as 

lágrimas que verto?

Ninguém se interessa pelas 

feridas donde brotam as minhas

lágrimas e, no velório do meu 

sorriso vivente algum apareceu.


O Mensageiro, Chuy, janeiro de 2025.


               @ 


O teu chicote

Não creio que me odeias como acreditas me odiar. Penso que o que inquieta o teu espírito é saber que já não vivo mais sob o teu julgo, que j...