quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O crucifixo - The cross



Estou diante de uma Cruz que se recusa
A crucificar-me. 
Não entendo!
Quero que me deixe assumir os meus
Pecados, peço para pagar pelo perdão que
Recebo, mas a Cruz me responde:
 "Não!
Já estás perdoado".

Entendimentos!
Que entendimento seria sábio o bastante
Para fazer-me compreender o que diz o
Silêncio que mora na Cruz? 
A Cruz observa a minha angústia com
Compaixão e isto inquieta o meu coração. 

Percebendo o meu desespero, piedosamente
A Cruz me diz:  
"Acalme o teu coração, sou contigo". 
Tamanha  generosidade faz doer a minha
Consciência, consciência esquecida em 
Meios aos meus pecados. 
Estou diante de uma Cruz que se dá,
Uma Cruz que se recusa a me condenar. 

Estou diante de uma verdade que tem
Todos os motivos para me criticar, 
Ela tem todos as razões para me apontar 
Mas no entanto, me trata por filho amado.
É a verdade que me inocenta dos meus 
Pecados e me concede o seu perdão.
Estou diante da Cruz.

                             Habacuc, novembro de 2012
   
                           *

The cross

I am in front a Cross that refuses
Crucify me.
I don't understand!
I want you to let me pay for mine sins,
I´m asking for to pay the forgiveness that
I´m receiving, but the Cross answers me:
"No! You are already forgiven."

Understandings!
What understanding would be wise enough
To make me understand what says the silence
That lives on the Cross?
The Cross-observes my anguish with
Compassion and this disturbs my heart.

Realizing my anguish, piously the Cross says to
Me: "Calm down your heart, I'm with you".
Such generosity just brings sums pain to my
Consciousness, a consciousness lost in means
Of my sins.
I am in front a Cross which given itself,
A Cross that refuses to condemn me.

I am facing a truth that has
All the reasons to criticize me,
It has every reason to point me out
But nevertheless, its treats me as a beloved son.
It's the truth that clears me from my
sins and grant me its forgiveness.
I am in front of the Cross.


                         *

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Coisas da vida



Tropeço nos restos que as coisas
da vida deixaram em meu 
caminho e caio.
Ali, no chão, ferido pelos risos e 
sorrisos de deboches, percebo a
vida  desprovida de quaisquer 
sentimento nobre por mim.

A vida, como vida, não a 
percebo  como mãe, mas sim
como madrasta.
À vida pouco importa se me 
mantenho de pé ou se caio.
Aos seus olhos nada sou, senão,
mais um.
 
Triste, cabisbaixo, busco apoio 
no chão, mas o chão, com ar 
zombeteiro, abre a sua boca e
me engole.
A vida, com suas coisas, não é
mãe de ninguém e trata a todos
como enteados.

Não!
Não há choro!
Não há tristezas.
O tiquetaquear do tempo não
parará só porque a vida me 
atira ao chão.  
Nada para, nada muda.

Na realidade, quando a vida 
me atirado ao chão, a tristeza
não se entristece,  tampouco
me estende a mão. 
Ali no chão me sinto só,
me sinto abandonado em 
plena multidão.

 O Mensageiro - Brasília, novembro de 2012. 

                *


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Orarias - You would say a pray



Se conseguisses ouvir a voz do silêncio
quando estás no meio da multidão 
oraria.
Se conseguisses ver o tudo que se dá 
sob a luz do sol tu orarias.
Orarias e o faria com o mais profundo 
do teu coração.

Se pudesses ver os braços que t
abraçam quando em tuas agonia.
Se conseguisses ver as mãos que te 
guiam quando tens o teu coração 
tomado pelo ódio tu oraria.
Orarias e o faria com o mais 
profundo do teu espírito.

Se pudesses ver quem caminha ao teu 
lado, quando caminhas na trilha da 
ambição, do egoísmo e da vaidade tu 
oraria.
Se tu soubesses dos braços que
Repousam sobre os teus ombros 
quando a inveja, a intriga e a mentira 
tomam a tua mente oraria. 
Orarias com a pureza mais límpida 
que há.

Se conhecesses os sorrisos que 
sorriem junto contigo quando sorris 
dos infortúnios dos desafortunados tu 
orarias.
Se pudesses ver tudo que a luz do sol e
os mistérios da meia noite escondem 
tu oraria, orarias as mais lindas e 
poderosas preces.

              Habacuc - Brasília, novembro de 2012.

                  *



You would say a pray


If you could hear the voice of the
Silence when you're in the middle
The crowd, and if you could see
Everything that is hidden under

The sun´s light you would say a
Pray, and you would do it with
The deepest heart.

If you could see the arms that
Embrace you, when you think
You are alone. If you could see
The hands that guide you when
You have your heart dominated
By hatred you would say a pray,
You would say a pray with a
The deepest of your spirit.

If you could see who walks by
Your side when you walk on
The trail of ambition, selfishness,
Vanity and negativism you would
Say a pray. If you knew the arms
Which rest on your shoulders
When envy, intrigue and lies
Occupy your mind you would
Say a pray, you would say a pray
With the most clear purity.

If you knew the smiles that smile
Along with you when you smile of
The misfortunes of the 
Unfortunate ones, you would
Say a pray. If you could see
Everything that the sunshine and
The mysteries of night hides, you
Would say a pray, you would say
The most pure pray.

                  *
 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Bebendo



Não bebo pelo simples prazer de beber,
mas bebo a saudade.
Bebo a saudade quando esta me aperta,
Bebo o sorriso quando este quer me 
abandonar e bebo o soluço quando 
sinto vontade de chorar. 

Não bebo pela necessidade de 
satisfazer um vício.
Bebo buscando compreender as 
explicações que nada explicam.
Bebo. 
E bebo as evasivas que não me 
convencem.

Bebo!
Bêbado assimilo com mais 
facilidade as falsidades que 
percebo nos olhos daqueles que
dizem me amar. 
Bebo o amor. 
A! O amor que há muito m
deixou mas que ainda hoje me
tortura tanto! 

Bebo a paixão! 
Bebo a paixão, fogo que 
Transformou em cinzas a porta
do meu coração e, a seguir, me
abandonou. 
Bebo!
 
Bebo e, de gole em gole, engulo o
que sou, me aceito.
Bêbado me compreendo, desfaço
o mal entendido que nunca me 
permitiu me aceitar e então bebo.

Não bebo pelo simples prazer de 
ficar bêbado. 
Bebo e bêbado compreendo 
melhor as estórias que o silêncio
da noite me conta. 

Bebo para não ter que beber as 
lágrimas que caem dos meus olhos
quando estou sóbrio. 
Bebo para me esconder da 
tristeza que pisoteia o meu 
coração na solidão da madrugada.

                    Lido da Silva, novembro de 2012

                   *

Em meu interior

Observando as minhas atitudes interior, percebo os meus pecados ansiando por pecar.  Percebo a inquietude do meu espírito e o seu protestand...