Não bebo pelo simples prazer de beber,
mas bebo a saudade.
Bebo a saudade quando esta me aperta,
Bebo o sorriso quando este quer me
abandonar e bebo o soluço quando
sinto vontade de chorar.
Não bebo pela necessidade de
satisfazer um vício.
Bebo buscando compreender as
Bebo buscando compreender as
explicações que nada explicam.
Bebo.
E bebo as evasivas que não me
E bebo as evasivas que não me
convencem.
Bebo!
Bêbado assimilo com mais
facilidade as falsidades que
percebo nos olhos daqueles que
dizem me amar.
Bebo o amor.
dizem me amar.
Bebo o amor.
A! O amor que há muito me
deixou mas que ainda hoje me
tortura tanto!
Bebo a paixão!
Bebo a paixão, fogo que
Transformou em cinzas a porta
Transformou em cinzas a porta
do meu coração e, a seguir, me
abandonou.
Bebo!
Bebo!
Bebo e, de gole em gole, engulo o
que sou, me aceito.
Bêbado me compreendo, desfaço
o mal entendido que nunca me
permitiu me aceitar e então bebo.
Não bebo pelo simples prazer de
ficar bêbado.
Bebo e bêbado compreendo
Bebo e bêbado compreendo
melhor as estórias que o silêncio
da noite me conta.
Bebo para não ter que beber as
lágrimas que caem dos meus olhos
quando estou sóbrio.
Bebo para me esconder da
Bebo para me esconder da
tristeza que pisoteia o meu
coração na solidão da madrugada.
Lido da Silva, novembro de 2012
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