Tropeço nos
restos que as coisas
da
vida deixaram em meu
caminho e caio.
Ali, no chão, ferido pelos risos e
sorrisos de deboches, percebo a
vida desprovida de quaisquer
sentimento nobre por mim.
A vida, como
vida, não a
percebo como mãe, mas sim
como madrasta.
À vida pouco importa se me
mantenho de pé ou se caio.
Aos seus olhos nada sou, senão,
mais um.
Triste, cabisbaixo, busco apoio
no chão, mas o chão, com ar
zombeteiro, abre a sua boca e
me engole.
A vida, com suas coisas, não é
mãe de ninguém e trata a todos
como enteados.
Não!
Não há choro!
Não há tristezas.
O tiquetaquear do tempo não
parará só porque a vida me
atira ao chão.
Nada para, nada muda.
Na realidade, quando a vida
me atirado ao chão, a tristeza
não se entristece, tampouco
me estende a mão.
Ali no chão me sinto só,
me sinto abandonado em
plena multidão.
O Mensageiro - Brasília, novembro de 2012.
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