sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A razão



Quando a razão perde o sentido das
coisas e as coisas abandonam o seu
curso, o desequilíbrio apodera-se da 
situação e transforma-se no temido:
– e então?-.  

O - e então?-, descabido como 
sempre foi, faz questionamentos  
irracionais para às quais somente 
ele: o -e então?,  tem resposta.

Desprovida de razão a situação
questiona.
A situação questiona tudo, só não 
questiona os seus: - senãos. 
Ela tem medo! 

O desencanto,  acuado, se 
entrega ao acaso que o trata com
descaso e este pauta a sua vida 
com despropósitos que assustam
a razão.

Quando sem razão, a razão parece 
evasiva, parece algo insuportável 
de ser vivido. 
Quando a razão despe-se do seu 
sentido, perde a sua razão.

A razão, ao aliar-se ao absurdo
permite que este prevaleça e 
provoca decepções e lágrimas.
Lágrimas que o amor, sozinho, 
não consegue conter.

Sem a razão o improvável torna-se
tão provável que o sono, assustado 
com a escuridão no meio do dia,
recusa-se a dormir sozinho.
Que eu viva a razão!

      Lido da Silva - Brasília, novembro de 2012

                   *




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