Uma gota d'água despenca do céu, atira-se como
se fora empurrada,
expulsa de sua morada e cai.
A gota caí!
A gota cai e morre, morre da mesma forma que,
A gota cai e morre, morre da mesma forma que,
um dia, eu também morrerei.
Num sorriso, a gota d'água desaparece sob
a
terra que a bebe, e mata a sua
sede.
Uma gota de lágrima
despenca dos meus olhos
como
se não devesse ali estar.
Ela cai.
A gota de lágrima cai, cai no chão, se machuca e
chora.
Ela chora, molha a terra que a absorve.
O solo bebe as minhas lágrimas com a mesma
avidez que os bêbados bebem os seus cálices.
Uma gota de "pensar" cai dos pensamentos que
povoam a minha mente, então me desespero.
Desesperado espero que a
calmaria, que assiste,
de longe, a minha agonia, volte para escolher os
pensamentos que posso "despensar".
Uma gota
do "eu" despenca do que sou e, fico
só.
Sozinho, me sinto como o soluço entalado em
uma garganta preste a chorar.
Uma gota despenca dos meus pecados e geme
de prazer ao gozar a sua falsa liberdade.
Pobre!
Esquece muito rápido as suas dores.
Vou!
Fui onde abandonei os meus bons pensamentos,
acreditando eles poderem se transformar nos
mesmos pecados que rejeitei e, então uma gota
d´água cai.
O Mensageiro - Brasília, outubro de 2012.
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