O tempo, em sua loucura, esqueceu o pó que
ele deitou às margens do velho riacho.
Ele não se deu conta de que, o que ele
esqueceu é o que penso ser eu, e um muito
do que creio ser a vida.
O
tempo deixou o esquecido no
esquecimento e, vagando como um vadio,
ocasionou que a razão vivenciasse os medos
que me amedrontam quando estou na
companhia da minha companheira, a solidão.
O
tempo se esqueceu das coisas que outrora
ensinava e, hoje, inseguro, consulta tudo a
todos, como se fora um desorientado em
meio ao escuro da noite.
O tempo está experimentando, agora, o
mesmo trago que, no passado, serviu àqueles
por ele esquecido.
Vivendo o abandono, o tempo, em depressão,
derrama a sua tristeza a sobre aqueles que o
esquece.
Coisas da vida!
Abandonamos hoje, somos abandonados
amanhã.
O tempo se esqueceu do pó que deitou
às
margens do riacho.
O tempo se esqueceu, inclusive, que
o pó esquecido, por ele, sou eu.
O Mensageiro - Brasilia, outubro de 2012.
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