Abraçado ao silêncio, tomo os meus pensamentos
por um terço e o oro.
Oro pelas certezas que se tornam dúvidas com o
passar do tempo e rezo as lágrimas que derramo
no altar onde a minha consciência me condena.
Abraçado à minha alegria que, há muito, perdeu a
sua juventude, sinto-me apoiado em algo que está
preste a deixar-me cair no chão.
Hum!
Derrubado, caio de joelhos sobre pedras que
atirei em muitos viventes e estas rasgam a minha
carne fazendo-a sangrar.
Abraçado aos amores que desprezei, tomo o
desprezo por terço e o oro.
Rezo todas as orações que a solidão me ensina e,
suplico perdão por todas as promessas vazias
que prometi, temendo que essas se transformem
em pecados mortais.
Oro!
Abraçado ao abandono que hoje vivo, tomo a
saudade por terço, e rezo.
Oro por todos os amores que deixei morrer sob
o frio da minha indiferença.
Rezo!
Oro pelas lágrima que causei em pessoas que só
queriam viver a minha companhia.
O Mensageiro. Brasília, outubro de 2012.
*
Mais um poema lindo, meu caríssimo!
ResponderExcluirSucesso!
Grande beijo,
Dorinha