Ao entardecer, quando o sol toma os montes,
em seus braços, me calo.
Me calo e, em silêncio, ouço os pássaros
declamarem as poesias que a paixão, em
dia de inspiração, declamam.
Extasiado, assisto o amor renascer de uma
experiência chamada desamor.
Do desamor que acreditou poder asfixiar, até
a sua morte, o amor.
Quando a brisa da madrugada sopra as flores
e enche a atmosfera da suas essências, eu
faço uma prece.
Oro e permito que esse momento me leve
até onde o devaneio consegue levar o
vivente.
Apaixonado, sou desassossegado pelo
desassossego que desassossega os
apaixonados.
Assistindo a lua, faceira, rodeada pelas
estrelas, como essas fossem suas damas de
companhia, passeando pelo céu, em minhas
fantasias, pretensioso, acredito estar ela
caminhando em ao meu encontro.
Acredito estar a lua, desejosa de ganhar o
meu amor e, então, a amo.
Ao fim do entardecer, quando o sol toma
os montes em seus braços e os leva para se
deitarem consigo, abraço a lua e, abraçado
a ela, assisto as estrelas em seus eterno
bailar.
Devaneando tudo que me é dado a
devanear, adormeço nos braços da lua e só
me desperto quando o sol vem me acordar.
O Mensageiro - Brasília, outubro de 2012.
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