Contar-te-ei o que a chuva, pedindo segredo, me
contou.
Entregar-te-ei o que o vento, em sua fuga eterna,
me entregou.
Ensinar-te-ei o que o tempo, velho sábio, me
ensinou.
Agora ande!
Ande e ensinar-te-ei a andar sob o escuro do
eclipse e calar-te-ei se chorares os medos que o
teu medo te faz sentir.
Não me peça!
Não me peça porque, ainda que me peças, não
enxugarei os teus prantos de pavor.
Não faz sentido evitar os sustos que, só o
medo do medo que sentes é capaz de te fazer
sentir.
Digo-te que a chuva me contou que quando
ela cai, cai ansiosa por ser amparada por ti,
ela cai ansiosa por adormecer em teu braços.
O vento me pediu para te entregar as lágrimas
que os teus olhos hão de chorar quando ele
soprar, a poeira que é a vida, em tua face.
Contar-te-ei então que, a poeira na qual o teu
corpo se transformará, com o passar do
tempo ganhará nova vida e voltará.
O tempo me pediu para não te assombrar, ele
me suplicou para eu não te falar sobre os
Segredos da vida, antes da tua vida acabar.
Corra!
Se não queres que eu ouça os teus prantos,
enquanto mergulhada em agonia, corra.
Corra!
Se não desejas viver as minhas incertezas,
confie mais nas tuas certezas e corra, corra
para o tempo não te alcançar.
Se estás segura de que consegues
conviver com os teus medos, então não te
assuste com medo de um medo que sabes
poder vencer.
Contar-te-ei que a lua que brilha no céu,
só sai à noite, exclusivamente, para te
encontrar.
Far-te-ei crer que o sol que brilha no céu,
e brilha tão somente para te encantar.
Convencer-te-ei de que as tempestades
que desabam sobre ti, não têm a intenção
de te afogar.
De tudo que sei da vida, a que mais sei
é que o amor foi criado somente para te
amar.
O Mensageiro - Brasília, junho de 2012
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