quarta-feira, 27 de junho de 2012

Os infortúnios


Pesadelos, desalento que relata casos, e
desesperos.
Sofrimento, sujeito que mora nas 
favelas, favelas que desmoronam ao 
menor sopro do vento.
O terror é tanto que um simples grito,
causa uma correria sem fim! 
O mundo corre sem rumo e deixa para
trás a vida.
A vida foge, mas logo adiante, 
cansada, se senta e espera pelos sonhos 
que anseiam serem sonhados.

Um sorriso, e a falsa percepção de que
a tristeza se desfez.
Vai! Toma o seu lugar e se senta.
Sente-se e espera o descuido do sol  
para ir lá fora ver se a vida que havia
ficado para trás, está chegando. 
A ignorância espera reviver tudo
que já viveu sem se dar conta de que
o que já foi vivido jamais será 
vivido outra vez.

A estrada, o trilho, o choro e frio, tudo
que era hoje se foi, está no passado, 
se transformou em ontem sem olhar 
para trás e deu lugar ao adeus.
 
O sorriso pariu a tristeza e partiu, foi
embora para nunca mais voltar.
O sorriso se foi e deixou em seu lugar
o vazio da indiferença que veio para
ficar para sempre.
Sempre que precisar sorrir, olharei o 
ontem uma vez que o hoje não 
passa de promessa, e o amanhã de
uma expectativa. 

Olho para o ontem, como olho para
um idoso, gente que já viveu tudo. 
Olho, e meio decepcionado, percebo 
o quanto fui tolo ao sorrir dos 
infortúnios escondidos no amanhã 
aguardando por mim. 
Um amanhã, seio de mistérios e que
se não o tomo por meu, só o verei 
como o ontem.

O Mensageiro - Brasília, junho de 2012.

                   *

2 comentários:

Devotos da perversidade. - Devotees of wickedness.

  Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça  de um coração justo ...