Desde que verti as primeiras lágrimas
por causa de paixão, tornei-me um
discípulo do contraditório.
Sendo um discípulo do contraditório,
amo as contradições, ainda que estas
me consumam.
Enlouquecido, tomado pelas
contradições, amo sem me atentar
para as lágrimas que irei derramar.
Louco, vivendo os mistérios da
loucura da paixão, amo.
Apaixonado, fujo da paixão,
enquanto abraçando ela.
Chorar por causa de paixão, há
muito, deixou de me fazer mau.
Jurando jamais me apaixonar, me
apaixonei.
Tolice, tolice, tolice!
O contraditório, se mulher fosse,
não me amaria tanto.
A paixão sempre me cobra mais
do que tenho para entregar.
Sem perceber o papel a mim
atribuído no tabuleiro da paixão,
custei a me dar conta de que
neste jogo, a minha atribuição é
sofrer.
Desde que o "me apaixonar"
roubou o meu sorriso que não sei
o que é sorrir de felicidade.
E assim vivo a contradição de
não querer me apaixonar já
estando apaixonado por quem,
certamente, nunca irá me amar.
Tornei-me contraditório desde
a primeira vez que chorei por
causa de paixão.
Lido da Silva - Brasília, junho de 2012
*
Muito sensível e verdadeiro. A contradição é o equilibra s gente
ResponderExcluirA contradição é o que somos. Nós os viventes choramos as consequenciais de um relacionamento para logo a seguir embarcarmos em outro relacionamento que nos trará os mesmos dilemas. "No mercy", o tempo não nos espera porque ele sabe que não mudaremos. Grato por visitar o meu blog.
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