terça-feira, 12 de junho de 2012

Contraditório



Desde que verti as primeiras lágrimas
por causa de paixão, tornei-me um 
discípulo do contraditório.

Sendo um discípulo do contraditório,  
amo as contradições, ainda que estas 
me consumam.
 
Enlouquecido, tomado pelas 
contradições, amo sem me atentar 
para as lágrimas que irei derramar.
 
Louco, vivendo os mistérios da 
loucura da paixão, amo.
Apaixonado, fujo da paixão, 
enquanto abraçando ela.

Chorar por causa de paixão, há 
muito, deixou de me fazer mau.  
 Jurando jamais me apaixonar, me 
apaixonei.  
Tolice, tolice, tolice!

O contraditório, se mulher fosse, 
não me amaria tanto. 
A paixão sempre me cobra mais 
do que tenho para entregar.
 
Sem perceber o papel a mim 
atribuído no tabuleiro da paixão, 
custei a me dar conta de que 
neste jogo, a minha atribuição é 
sofrer.
 
Desde que o "me apaixonar" 
roubou o meu sorriso que não sei
o que é sorrir de felicidade.
 
E assim vivo a contradição de
não querer me apaixonar já 
estando apaixonado por quem, 
certamente, nunca irá me amar. 

Tornei-me contraditório desde
a primeira vez que chorei por
causa de paixão.

   Lido da Silva - Brasília, junho de 2012

                   *



2 comentários:

  1. Muito sensível e verdadeiro. A contradição é o equilibra s gente

    ResponderExcluir
  2. A contradição é o que somos. Nós os viventes choramos as consequenciais de um relacionamento para logo a seguir embarcarmos em outro relacionamento que nos trará os mesmos dilemas. "No mercy", o tempo não nos espera porque ele sabe que não mudaremos. Grato por visitar o meu blog.

    ResponderExcluir

Em meu interior

Observando as minhas atitudes interior, percebo os meus pecados ansiando por pecar.  Percebo a inquietude do meu espírito e o seu protestand...