Uma gota perdida!
Uma história, uma vida dada.
Gesto havido, decidido jogado a sua
própria sorte que, para a sua falta de
sorte, não houve um desfecho que
possa ser dado como o seu último
suspiro.
Uma gota desprendida!
Num piscar de olhos tudo acontece.
Chove, molha a solidão que faz frio
em sua vida e
esta adoece.
Nostálgica, tomada pela saudade que
veio sabe-se lá Deus de onde,
então chora.
Era só uma gota, e secou!
Como uma lágrima perdida ela caiu
sobre o solo sedento e sumiu.
Escondeu-se nas entranhas da terra
e de lá nunca mais voltou, não disse
adeus.
Foi sepultada num abraço fatal.
Uma gota!
É uma vida dada, havida, decidida,
jogada a própria sorte que, para
sua falta de sorte não a quis, não
permitiu que ela fosse engolida pela
terra que não rejeita um só corpo, e
a tomou com um belo sorriso de
adeus.
Foi uma gota!
Uma lágrima em um enterro que não
aconteceu.
Um desterro, a soberba do muito
triste finge ser
feliz.
Um caso que o tempo ainda não
teve tempo para apreciar, e quando
o contar o fará como se fora algo
que agrada o
seu paladar.
O Observador - Brasília, janeiro de 2013.
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