Penso nas verdades que a mentira
Conta, e penso nas mentiras que a
Verdade deixa de contar.
Penso na realidade que vivo e nas
Mentiras que eu gostaria de viver,
E penso.
Penso nas portas que batem, iradas,
Culpando-me pelos descalabros
Da vida e penso.
Penso nas feridas que o tempo abre
Em meu corpo sem dizer-me o
Porquê de me ferir.
Penso no que sou.
Penso nas atrocidades do tempo
Que, no meio da noite me envelhece,
E quando envelhecido e fraco não lhe
Respondo, furioso, ele desposa-me.
Penso no meu grito que, como um
Louco, salta do meu peito ao
Encontro do desespero.
Penso no meu soluço que, perdido
Escorrega do meu peito, cai no
Vazio que é a vida, sem ser ouvido.
Perdido no que entendo ser a vida,
Longe da realidade que vivo,
Espremido pelo desatino do
Despropósito de pensar que sou
Capaz de pensar, reencontro uma
Verdade que furiosa bate em minha
Face por eu não repreende-la.
Então penso; penso no sorriso que,
Sem graça, deixa de sorrir por
Longe da realidade que vivo,
Espremido pelo desatino do
Despropósito de pensar que sou
Capaz de pensar, reencontro uma
Verdade que furiosa bate em minha
Face por eu não repreende-la.
Então penso; penso no sorriso que,
Sem graça, deixa de sorrir por
Conta da escravidão, por causa da
Servidão das mentiras que envolve
Os pensamentos direcionados aos
Agrados.
Penso nas lágrimas sobre as quais
Penso nas lágrimas sobre as quais
Não falo para ninguém, penso nas
Coisas que finjo não saber, nas que
Finjo saber só para fazer de conta
Que não estou perdido. Penso nas
Coisas do fim.
Fevereiro 26, 2013
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