Hinos
de louvor enchem, perfumam o ar com perfume
que, se sinceros
fossem, seriam a própria essência do
amor.
A
atmosfera é envolvente, as palavras são penetrantes,
profundas
e as emoções afloram-se e tudo ganha a cor
da
mais límpida verdade.
Os
hinos envolventes agasalham a voz do pregador e
penetram
no âmago do espírito dos fiéis e o psíquico
desses desfalece e tudo então se dá.
Agora
todos estão entregues ao poder mágico da
pregação que enche o ar, entregues
a fé.
Em silêncio
observo o orador, em sua pregação,
enfatizar os poderes do mal, e da necessidade da
prosperidade
material.
O pregador jura serem estes os meus ensinamentos, as
minhas palavras, ele garante
ser a minha promessa.
O
culto é em meu louvor, porém devido ao fato de o
pregador exalta
mais os poderes do inimigo que a
verdade do meu amor, os fieis são tomados por um
misto de medo e confusão.
Então penso: - Estão os meus filhos loucos, o que
os
leva a acreditarem em tamanho engodo?
Incrédulo me pergunto se os meus filhos não
percebem que minhas palavras estão sendo
distorcidas.
Pobres, incautas criaturas, tão perto dos homens e tão
distantes de mim!
Predadores incuráveis, aproveitadores!
E tu, incauto, presa fácil para lobos vorazes.
Desesperançado!
Discípulo da pressa, por acaso não sabes que tudo
nesta vida tem o tempo certo para se dá!
Inimigos da sabedoria!
São todos, enganadores e enganados, gente
que em
suas ganâncias desmedidas se entregam sem
questionamento
a falsos profetas.
São criaturas que se afastaram de mim, que se
esqueceram dos meus ensinamentos, gente que não
se lembra que ensino a prudência.
Com frustração e tristeza vejo que os meus filhos
não guardam os meus ensinamentos e nem seguem
o caminho que lhes indico.
Sangrando percebo meus filhos sendo presas fáceis
de falso pastores.
O Mensageiro - Castries, setembro de 2025.