Na página anterior escrevo que me esqueci da minha
Pessoa.
Isto foi escrito para não deixar esquecido o que fui do
Principio ao fim do que vivi.
O que fui quando o que sou ficou esquecido na mente
Daqueles que não conseguem me esquecer.
Não consigo escrever se não atravesso a rua que cruza
O meu caminho e bloqueia o meu raciocínio.
Não consigo raciocinar quando o raciocínio lógico me
Abandona por não conseguir me convencer a
Acompanha-lo.
Ouço uma música toca lá longe, ela toca lá dentro da
Minha mente.
A música parece tão distante que me induz a crer que
A ouço através do tempo, ela quase convence de que
Mora em mim.
Acho que a música que ouço nasceu lá, bem no
Distante da minha imaginação.
Embalado pelo adocicado sabor da música que nunca
Para de tocar em minha mente, fico sem saber como
Voltar à página anterior da minha vida.
Fico sem saber para onde ir quando a música não
Chegou ao fim.
Quase não escrevi nada na página anterior da minha
Vida.
Pensei em prosseguir mesmo sem conseguir
Atravessar a rua que cruza o meu caminho, porém
Percebo que não há jeito de caminhar sem olhar o
Passado.
Falando em passado, vislumbro o sorriso debochado
Que zomba de tudo que eu não soube viver.
Retrocedo pois, descubro que não há um modo de
Atravessar a rua que cruza o meu caminho.
Desta forma o que não escrevi na página anterior da
Minha vida, vai continuar sorrindo, zombando da
Minha incapacidade, da minha fraqueza.
*
The former page
In the former page of my life it’s written that I forgot about
Myself. It’s written so that won’t be forgotten what I was
From the beginning to the end, what I was when what I am
Got lost in the minds of those that couldn’t forget. I cannot
Write when I’m not able to cross the street that crosses my
Way blocking my thoughts. I cannot think when reason
Leaves me for not convincing me to follow it.
A song plays distantly, inside my mind. It seems so distant
That it induces me to think that I hear it all the time, almost
Convinced that it lives inside me. I think the music I hear
Was born in there, far within my imagination. Soothed by
The sweet taste of the song that never stops playing in my
Mind, I keep not knowing how to go back to the former
Page of my life, when it’s not yet at the end.
In the former page of my life I wrote almost nothing.
I thought about moving on even without crossing the street
That crosses my way, although there’s no way of walking
Without looking at the past and seeing the mocking smile
Of everything I didn’t know how to write. I go back, but
I find out that there’s no way of to cross the street that
Cross my way and, therefore, what I wrote on the former
Page of my life will keep on smiling, mocking my
Incapacity, my weakness.
Translated by Larissa Abreu
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário