Chora meu planeta!
Chora a chuva ácida que te obrigamos beber!
Derrama sobre a terra o veneno que atiramos ao ar, chora!
Chora céu!
Chora, faça rolar para os rios e lagoas as fumaças que te
Forçamos a fumar.
Chora planeta!
Bafore sobre nós os poluentes que despejamos, que
Espalhamos sob o teu corpo tentando escondê-los, chore.
Chora!
Chora a tua angústia de não ter um jeito de não nos
Matar como estamos te matando, chora!
Chora a tristeza de não percebermos o mal que te
Causamos.
Chora!
Chora meu planeta!
Chora a tristeza de já não poder mostrar o teu lindo céu
Azul, chora!
Chora o desespero, a tristeza de sentir a tua brisa, já no
Amanhecer, cheirando a óleo, chora!
Chora porque não há outra forma pacífica de demonstrar
A tua insatisfação com o desrespeito que sofres.
Chora meu planeta!
Chora as tuas matas desmatadas, queimadas, chora os teus
Rios assoreados, os teus peixes envenenados, mortos, e os
Teus animais fugindo para lugar nenhum.
Chora! Chora porque há muito os pássaros se calaram em
Teu seio e o uirapuru já não encontra mais o topo daquela
Velha árvore onde ele gostava de pousar para que toda a
Floreste pudesse ouvir o seu lindo cantar.
Chora meu planeta!
Chora porque a tua chuva que antes trazia vida agora mata
Os peixes e adoece as outras criaturas que teimam em
Resistir a violência dos homens.
Chora!
Chora porque os teus rios assoreados já não comportam,
Não guiam as águas das chuvas que impedidas de
Fluirem livremente se revoltam e destroem tudo que
Encontram em seu caminho.
Chora! Chora meu planeta!
Chora porque o teu fim não tarda.
Chora!
Chora porque os homens, em suas necessidades
Desnecessárias, não se importam com o teu sofrimento, com
O teu infortúnio, então chora.
Chora meu planeta!
Chore alto porque quem sabe Deus ao ouvir os teus prantos
Se apiede de ti e vem te socorrer.
Lido
da Silva
*
Cry my planet
Cry
my planet! Cry the acid rain that we force you to drink!
Pour
over the land the poison that we throw in the air, cry!
Cry heaven!
Pour out your tear and make it to roll into the
Rivers
and lakes the smoke that we oblige to smoke.
Cry
my planet! Blow over us the pollutants which we throw,
Which
we spread under your body trying to hide them.
Cry! Cry
my planet your anguish for do not able to avoid
To kill
us, as we are killing you. Cry! Cry the sadness of we
Do not
realize the harm that we cause you.
II
Cry!
Cry my planet! Cries the sadness of no longer be able to
Show
your beautiful blue sky, cry! Cry the anguish, the
Sadness
of to feel your breeze, in early morning, already
Smelling
oil, cry! Cry because there is no other peaceful way
To
demonstrate your dissatisfaction with the disrespect that
You
suffer. Cry my planet!
Cry your
bushes cleared, burned, cry thy silted rivers, your
Fishes
killed by poison, dead, and all your animals trying to
Escape
to nowhere. Cry! Cry because it is a long time since
The birds
became silent in thy bosom, cry because the
Uirapuru
no long find the treetop where he enjoyed to land
To
sing his beautiful song.
III
Cry
my planet! Cry because your rain, that uses to bring life in
The past
now kills fish and cause sickness to other creatures
Which
stubbornly resist men´s violence. Cry! Cry because
Your
silted rivers no longer hold, no longer guide the rain´s
Waters
which have nowhere to flow and then get mad and
Destroy
everything in its path, on its way. Cry, cry my planet!
Cries
because your end is near. Cries! Cries because men, in his
Unnecessary
needs, do not care about your suffering, about
Your
misfortune, then cry. Cry my planet! Cry high because,
Suddenly,
God hears your cry and comes to rescue you.
*
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