sábado, 14 de julho de 2018

Insanidade



E as coisas zombam das coisas, das razões
empedernidas e dos sentimentos 
desmedidos das coisas.
Questionamentos não cabem, só a razão
tem razão, ainda que somente ela entenda
assim.
O louco, mesmo sem ter certeza do que é
o amor ama, ele ama e chora só.
O louco chora porque vivente algum 
acredita em sua capacidade de se
apaixonar.

A vitimização do tolo, aqui e  ali engana  
sapiência dos sábios.  
Ignorado por todos o bobo observa tudo,
observa, inclusive, as peripécias da vida.
Vida, que enterra a todos, a todos joga na 
mesma vala comum.
Sábios e tolos têm o mesmo destino, 
porem a arrogância do pretenso sábio 
faz crer que terá melhor sorte que os
outros viventes.
Que tolice!
Se o louco experimentasse a sanidade do
sano enlouqueceria.

A sede do mar é insaciável, mas aqui ali
regurgita às lágrimas vertidas pelos
apaixonados assim como verte o que bebe
das chuvas.
A sede de amar se deita onde lhe é 
permitido deitar.
O sorriso fácil parece idiota, mas o idiota 
calado, quase sempre, é tomado por sábio. 
Tudo se confunde neste mundo, assim 
sendo, a paixão, se exacerbada, 
assemelha-se à loucura.
O excesso de amizade assusta, a 
arrogância enoja, e o  “não” ensina.

Matar por amor é burrice, não justifica.
Morrer pela paixão é loucura, é estúpido.
Não creia na razão, até porque a razão 
como razão não existe.
No contexto existencial a razão nada 
mais é que uma situação que esvaece 
junto com argumento que a criou.
A certeza é tão limitada quanto a
incerteza, alimentar um argumento por 
estas duas situações é insano, é loucura.

        Habacuc - Castries, julho de 2018

                    @


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