E as
coisas zombam das coisas, das
razões
empedernidas e dos sentimentos
desmedidos das coisas.
Questionamentos
não cabem, só a
razão
tem razão, ainda que somente ela entenda
assim.
O
louco, mesmo sem ter certeza do que é
o amor ama, ele ama e chora só.
O louco chora porque vivente
algum
acredita em sua capacidade de se
apaixonar.
A
vitimização do tolo, aqui e ali engana
a sapiência dos sábios.
Ignorado por todos o bobo observa tudo,
observa, inclusive, as
peripécias da vida.
Vida, que enterra a todos, a
todos joga na
mesma vala comum.
Sábios e tolos
têm o mesmo destino,
porem a arrogância do pretenso sábio o
faz
crer que terá melhor sorte que os
outros
viventes.
Que
tolice!
Se o louco experimentasse a sanidade do
sano enlouqueceria.
A sede do mar é insaciável, mas aqui e ali
regurgita às lágrimas vertidas pelos
apaixonados assim como verte o que bebe
das chuvas.
A sede de amar se deita onde lhe é
permitido deitar.
O
sorriso fácil parece idiota, mas o idiota
calado, quase sempre, é tomado por sábio.
Tudo se
confunde neste mundo, assim
sendo, a paixão, se exacerbada,
assemelha-se à loucura.
O excesso de amizade assusta, a
arrogância enoja, e o “não” ensina.
Matar
por amor é burrice, não justifica.
Morrer pela paixão é loucura, é estúpido.
Não creia na razão, até porque a razão
como razão não existe.
No contexto existencial a razão nada
mais é que uma situação que esvaece
junto com o argumento que a criou.
A certeza é tão limitada quanto a
incerteza, alimentar um argumento por
estas duas situações é insano, é loucura.
Habacuc - Castries, julho de 2018
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