quarta-feira, 25 de julho de 2012

Teriam as palavras espírito?


Teriam as palavras espírito?
Eu digo que sim!
Supersticioso, acredito não serem as palavras
meras mensageiras. 
As palavras não são como poeira que se 
desove, que se perde no ar.
As palavras têm corpo, respiram e, como 
qualquer viventes, as vezes são brutas, 
machucam, fazem sangrar.

Teriam as palavras sabor? 
Bem! Penso que sim.
Algumas palavras são doces mas, outras 
tantas, são amargas. 
As palavras, sendo palavras marcam, e 
vestidas ou nuas, todas querem ser ou se   
parecer com verdades, mesmo quando
mentirosas.
As palavras são espirituosas.

Teriam as palavras vida?
Eu, digo que sim.
As palavras tem vida e, se iradas, gritam.
Viventes, desatentos,  já foram crucificados
por palavras dita e, até por palavras não 
ditas.
Ainda hoje há almas sofrendo no purgatório
por palavras que nunca falaram.
O descuido é o carcereiro do descuidado.
 
Como todos viventes do sexo feminino, as 
palavras têm os seus mistérios.
Sensíveis, ela sabem sorrir, mesmo se 
desejando chorar.
As palavras têm vida e, inteligentes, sabem
ser estúpidas quando lhes convém. 
As palavras têm espírito.
As palavras têm espírito e tanto sabem 
ferir quanto sabem amar.

           O Mensageiro - Brasília, julho de 2012.

                          *




Nenhum comentário:

Postar um comentário

A felicidade

  Não sei quantas chuvas vivi, mas sei que já vivi o  suficiente para saber que, querer passar para os outros a fórmula da felicidade é  san...