terça-feira, 10 de julho de 2012

Vá até lá fora



Diga que fostes agora,
Diga que fostes lá fora mas não viu o
Tempo fugindo de ti. Diga que o tempo
Passou e que lá no passado esqueceu-se
Do tudo que ele te envelheceu. Diga,
Ainda que só me fales o que acreditas,
Mas me diga algo que me desinquiete.
Diga-me alguma coisa que me convença
Que o tempo não se perdeu.

Por favor! Va até lá fora e situa-te como
Um simples passante buscando informação,
Um navegante errante perdido em turbilhão
Viajando sem destino, sem direção, perdido.
Sai! Não fique em minha situação, não veja
Nada além da linha imaginária, que seria o
Horizonte num dia de sol. Saia à rua não
Fique nua, como um sorriso que nunca
Aconteceu.

Quando eu te perguntar sobre o por
Sol, minta. Responda-me que não vistes a
Noite chegando, diga-me que a lua não
Brilhou no céu, mesmo sabendo que estive
Repousando sob a luz do luar, quando ainda
Não havia nenhuma estrela brilhando no
Céu. Se por um acaso eu mentir para ti,
Não me desminta, admita que o sol foi se
Deitar sem se despedir de ti.

Se te perguntarem, diga que vais agora.
Vá até a rua e situa-te como um simples
Passante e quando eu te perguntar sobre o sol,
Não minta. Diga que fostes lá fora e não me
Viste, fale que não viste a lua esperando o por
Do sol para conversar comigo. Diga que não
Viste a noite chegando logo depois dos
Últimos raios do por do sol.

                         *




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