quinta-feira, 26 de julho de 2012

Passou




Passou! 
Como tudo na vida, passou.
Passou, desceu a rua, dobrou à primeira
esquina, sumiu. 
Não disse para onde ia, aqui não ficou, 
foi! 
Foi para algum dia imerso futuro ou, 
talvez, para algum tempo esquecido no 
passado. 
O fato é, que se foi, aqui não ficou. 
Foi e deixou muitas lágrimas molhando
as minhas noites de angústia.

Passou! 
Não quis ficar comigo, e nem ficou com 
ninguém. 
Foi e deixou a tortura da falta de nexo, 
deixou tortura do silêncio vomitando a
sua indignação em meu colo. 
Passou! 
Foi para onde o esquecimento se recusa
a ir, foi mas permanece em meu 
consciente cobrando o que nunca 
prometi. 
Partiu como alegria, e permanece em 
mim como agonia.

Passou! 
Acabou! 
Acabou como o fim de uma história
como um romance que parei de ler 
sem conhecer o seu final.
É como algo que fincou raiz em mim. 
Foi!
Partiu para um tempo que vivi, sem me 
dar conta de o ter vivido.
Ou, talvez tenha ido para um dia que 
ainda não chegou para mim.
Foi e levou consigo o que eu acreditava
restar de felicidade, e deixou o pesadelo
da sua ausência.
Passou! 
Passou como tudo nesta vida passa.

                   Lido da Silva, - Brasília, julho de 2012

                     *



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