Protesto!
Eu protesto contra o descrédito dos que não
acreditam na possibilidade de a chuva que
choveu ontem, voltar a chover no decorrer
do dia de hoje também.
Protesto!
Eu protesto contra a crença de que as
estrelas cadentes, quando caindo do céu,
estejam fugindo para se esconderem na
terra, eu protesto!
Eu protesto!
Protesto contra
todos os tipos de crenças
que creem ter a vida um fim.
Eu protesto!
Protesto contra a crença de que a paixão
desenfreada
leva à loucura, e protesto.
Protesto contra o dito popular que diz
serem o amor e o ódio faces opostas da
mesma moeda.
Eu protesto!
Eu protesto!
Protesto contra o entendimento de que
não há mentira que sobreviva sob a luz
do sol.
Eu protesto!
Desdenho das bondades grandiosas se
orquestradas por alguém do mal.
Eu protesto!
Protesto contra a mão que repousa sobre
o meu ombro e, também protesto, contra
o desgosto que causo ao me abrigar em
verdades não expressas por mim.
Eu protesto!
Protesto!
Eu protesto contra
o que, por medo, não
me dizes, mas
que deixas expresso em
teu olhar, quando
me olhas.
Protestos!
Protesto contra os pensamentos
que, se
pudesses expressar, os jogaria
em minha
face.
Protesto!
Protesto contra as
formas inúteis de existir
e protesto.
Protesto, também, contra as expressões que
escondem a sua verdadeira motivação.
O Mensageiro - Brasília, julho de 2012.
*
Protesto junto! BJZ
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