Ignoro o seu olhar sem perceber a sua aflição.
O tempo se perde no espaço que chamo de tempo, sem
Que eu perceba que quando ele se perde, me leva
Consigo.
O tempo enlaça o meu corpo, puxa a minha pele
Tornando-a flácida, fazendo-a enrugar-se.
O tempo agarra-se em meus cabelos e pinta de branco
Os fios que não consegue arrancar.
O tempo apaga da minha mente as lembranças que eu
Tanto gostaria de guardar comigo.
O tempo se enfurece com a minha indiferença e me
Empurra, grita em meu ouvido: - Vou te leva comigo!
O meu ouvido desdenhoso se recusa a ouvir o tempo
Que, irritado com a minha indiferença, urra o meu
Nome.
O tempo berra. Isto mesmo, o tempo me puxa pelo
Braço como a fúria do vento em meio a tempestade.
Numa falsa calma o vento sopra gelado, me causa
Arrepio.
Sem que eu perceba, fui tirado para dançar a valsa do
Tempo.
Bailando o vento me empurra para o – "longe“ – e
Assim passamos todos, você, eu e o que fomos. então
A velhice, que morre cedo, chega.
O tempo, impaciente com a minha displicência, me
Toma em seus braços e me leva para onde sempre me
Recuso ir.
Ele me leva à sua festa uma festa para a qual eu nunca
Senti vontade de ir.
O vento sopra a flauta que o tempo tem em suas mãos e
Toca a valsa da despedida, a valsa do adeus que danço
Insolentemente, danço a valsa do envelhecimento
Enquanto me penso jovem.
Embebecido pelo tempo o meu corpo ainda não
Percebeu que o seu tempo passou, que envelheceu.
Mauro Lucio,
Novembro de 2011
*
The waltz of aging
The time calls my attention but, carelessly, ignore his gaze,
The time calls my attention but, carelessly, ignore his gaze,
I do not notice his affliction.
The time get lost in a space that I call time, without
I notice that when time get lost he takes me with him.
The time embraces my body, pull my skin making it
Flaccid, causing it to wrinkle.
The time grabs in my hair and painting in white color the
ones he does not get to take with him, the time deletes
The memories that I wanted to save with me.
The time gets mad with my indifference and push me, he
Screams in my ear.
My lazy ear refuses to hear the time that, angry with my
indifference, screams my name, he screams, pulls me by
The arm like the fury of the wind in the midst of a
Tempest. In a false calm, the wind blows cold causing me
Shiver while, without I notice it, he pushes everything to
The - "away" - and so you pass, I pass, everything pass
And the time as well, when then the old age, which dies
Early, arrives to us all.
The time impatient with my carelessness, takes me in his
Arms and brings me to where I refuse to go.
He take me to a party to which I do not want to go.
The wind blows the flute that time brings in his hands
And touches the farewell waltz, the waltz of goodbye
Which, involuntarily, I dance.
I dance the waltz of aging when I think I am still young
And my body did not realize that time has passed and
Made it grew old.
*
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