quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A luz



A verdade é que os meus olhos só veem o que aceito ver!
Eu estar em uma estrada escura não significa que eu
esteja caminhando na escuridão.
Claro, há diferença entre eu estar só de eu ser só, eu não 
estar sendo amando de eu não ser amado.
A luz se apagar em meu dia não significa que a minha
noite será eterna.
Eu apagar a luz não é sinônimo de suicídio, tampouco 
significa eu estar a me despedir da vida.
O fato de eu, aqui e ali, sentir raiva não significa que eu 
seja rancoroso.  
Além do quê, a raiva que de vez em quando sinto, não é 
um sentimento permanente.

Ao deixar brilhar a luz que me ilumina, não ilumino 
somente o meu espírito.
Ainda que a minha luz esteja mais próxima do meu 
coração, com ela ilumino vidas.
A realidade é que só vejo o que aceito que os meus 
olhos vejam, consequentemente, só vivo o que aceito 
viver.
Se, as vezes, te peço para que cales, não significa que 
não queira te ouvir.
Quando peço que me ouças, não pretendo ser o único a
ser ouvido, garanto-lhe que o teu momento de falar
está protegido.
Nem sempre que choro, o faço por tristeza, da mesma 
forma que nem sempre que ria o faço por estar feliz. 
Só vejo o que aceito ver, e só vivo o que me permito
viver.

Nem sempre que a luz se apaga para mim, a minha
vida escurece. 
Com frequência, quase que constante, o sol brilha no 
meio da minha noite, e quando o sol brilha no meio 
da minha noite, a sua luz baila no escuro dos meus 
olhos, e baila ao ritmo das batidas do meu coração. 
Só vejo o que aceito que os meus olhos vejam.
No copo bebo as goteiras que gotejam em minha vida,
no prato como o que me servido pela vida. 
A luz que ilumina a minha vida se alimenta do tudo 
que está a sua volta daí ela pisca em um eterno 
acender e apagar, enquanto vigia a vida que não para 
em nenhum lugar. 

             Habacuc - Brasília, fevereiro de 2012.

                          *



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