Converso comigo mesmo e te aborreço.
Te aborreço
com o meu infindável me questionar.
Me questiono sobre tudo a cada
instante sem me dar
Tempo de pensar.
Te aborreço quando queres me
falar e eu não te ouço.
Te aborreço quando te deixo me esperando onde não
Tenho a intenção de ir te encontrar.
Te aborreço pelo
simples fatos de te aborrecer.
Converso comigo mesmo como converso com a lua.
Corro atrás das estrelas que se desprendem do céu
e
Caiem onde estão os meus devaneios, onde encontro
O tema da conversa que não consegues ter comigo.
O meu jeito de observar as folhas das árvores
Dançando ao vento te aborrece.
Te aborrece o meu admirar os pássaros
voando, como
Se eu não tivessem mais nada para fazer, te aborreço.
Te aborrece a minha capacidade de compreender o
Incompreensível, e
de perdoar o imperdoável.
Te aborrece o meu conversar com as
pessoas e com
Pessoas que não consegues ver.
Te aborrece o meu
ponderar o que guardas como
Imponderável, e o meu aceitar o que tens como
Inaceitável.
Converso comigo mesmo e te aborreço. Falo de
Coisas que não
entendes e quando entendes não
crês.
Não consegues crer que creio em tudo que não crês,
E que a minha crença me ajuda a suportar as
Maldades que me impões pelo fatos de tu não crer,
De fato, em nada.
Te aborrece o fato de eu ficar observando a chuva a
Cair do céu.
Te aborrece a ideia de eu gostar de ouvir a voz do
Vento, de eu conversar com
um tempo que já passou,
E que só voltará aqui para nos
buscar.
Te aborrece o meu entendimento de que podemos ser
Tudo que quisermos ser.
Te aborrece, também, a ideia de eu acreditar que o
Amanhã vive cada segundo que encontrar em seu
Caminho antes de vir ter comigo.
Te aborreço quando
digo que o sol, depois de um dia
Quente, prefere descansar à
sombra dos montes
Enquanto espera pela lua.
Te aborrece a
minha fé e o meu não entender como
Consegues viver sem acreditar que podemos
sim,
Sonhar.
Lido da Silva
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário