A verdade bate em meus lábios, golpeia a minha
face, me
cala!
A verdade cala as mentiras que uso para
justificar a necessidade que tenho de mentir, a
necessidade que tenho de me esconder, de
esquecer o que a ela fala.
A verdade derrama a sua ira sobre as mentiras
que me envolve, ela me despe e me empurra
com violência para diante do espelho onde me
mostra nu.
A verdade me força a encarar a realidade da
qual sempre tento me
esconder.
A verdade me despe dos artifícios da mentira,
ela torce a minha
língua até que esta sangre.
A verdade esbofeteia a minha face com as
verdades que faço chorar com as minhas
mentiras.
Ela me obriga a encarar a realidade.
A verdade me bate, ela golpeia o que sou e me
transforma no que devo ser.
A verdade me obriga a dormir ao relento e,
me cobre com o frio do sereno, assim me
induz ao arrependimento.
Arrependido me curvo às verdades.
Me açoitando a verdade expõe as minhas
fraquezas diante
das mentiras que conto.
Me torturando a verdade me obriga a olhar
de frente as situações das
quais sempre me
escondo escudado pela mentira.
A verdade não aceita nem às
mentiras que uso
para justificar atos que entendo serem nobres.
Então ela me bate, me puxa para diante do
espelho e se mostra nua.
A verdade se mostra crua e nua, ela rejeita
Qualquer hipótese senão ela sendo a verdade.
Lido da Silva - Brasília, fevereiro de 2012.
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