sábado, 3 de dezembro de 2011

Grito assustador



Um grito assustador me acorda no meio da noite para nada me
Dizer. É um gemido, é o meu corpo frio e suado, tremendo de
Medo sem entender nada. Acordo, amedrontado não abro os
Olhos mas percebo o escuro que existe dentro de mim e então,
Pondero se vale a pena ir buscar o sono que me abandonou.
É um grito mudo, um barulho inaudível que fica ao meu lado
E não me deixa dormir.

No meio do dia, uma folha seca cai e perturba o silêncio
Reinante, tira a minha paz. O vento sopra quente e transforma
Em suor as lágrimas que não chorei durante a noite para não
Incomodar o silêncio. A solidão me beija com seus lábios frio
E faz o meu corpo enrijecer, os meus braços estendidos
Querendo abraçar o teu corpo que, em minha imaginação ainda
esta ao meu lado, não acredita que nos abandonastes. Quero
Os teus beijos e os teus beijos fogem de mim, me deixam na
Companhia da frustração e então choro, chamo o teu nome.

Um grito assustador me acorda no meio da noite, para nada
Me dizer. Penso te ouvir entrar chamando o meu nome e acordo,
Acordo para um sonho vazio, para uma vontade frustrada, para
O nada. Acordo, abro os olhos e descubro que não estás comigo
E então, mergulho na escuridão da tua ausência. Acordo no meio
Da noite e ouço o silêncio me falar coisas que não gosto de ouvir,
São verdades das quais sempre me escondi. Acordo, sou acordado
Quando ainda quero dormir, quando já não quero mais acordar
Sem ti.

                                                                                                    Mauro Lucio


                              *


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fardo

  Envelheci. O que me foi dado a viver, vivi.  Os meus olhos, agora cansados, vêm, ainda que sem muita nitidez, a hora da minha despedida. V...