
E o tempo que não se cansa de correr!
Ele corre, corre, foge e me leva, me arrasta para o fim do que
eu pensava ser tudo e descubro que o "tudo“ não existe para
ser alcançado por mim.
E o tempo abraça o vento e juntos adormecem sob a luz da
lua que me olha desconfiada, sabendo que a estou olhando,
observando a hora em que ela vai dormir.
O vento sopra e traz o frio que me faz triste, desejoso de ver
o sol que se nega a me aquecer.
O tempo passa correndo por mim como que se escondendo,
como se estivesse com medo de eu o deixar para trás.
Sou preso ao vento, e vendo-o soprar com violência as
coisas que encontra em seu caminho, também sopro as
feridas que com o tempo se abrem em meu corpo.
A chuva cai preguiçosa, cai e se deita, rola, rola como uma
bola, sem ânimo para se levantar.
Observo o – "tudo“ – passando sem querer que eu perceba
que enquanto ele passa, ele me envelhece, me faz esquecer
as coisas que insisto em guardar comigo.
É o vento, é ela que passou e o tempo que, não querendo
ficar comigo, me empurra, me põe de lado.
São as pessoas me encontrando, compartilhando um pouco
da minha vida, me ensinando o que pensam que não sei.
O tempo me bate, me obriga a falar com pessoas que nunca
vi, me convence a lhes dizer coisas que nunca me foram
ditas.
Sou eu, somos nos vivendo num tempo diferente do tempo
que gostaríamos de viver.
O tempo morre e me leva junto com ele para a sua
sepultura.
O tempo me empurra, me enterra no esquecimento, é o
tempo.
Mauro
Lucio - Brasília, julho de 2011.
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário