A morte chega e me leva, me apresenta para uma nova vida
Vida esta que me abraça, me toma em seu colo.
Por meu turno agarro-me a nova vida, abro-a como um
Presente de Deus.
É a vida, o tempo, tudo acontecendo como deve acontecer.
Morto, parto ouvindo prantos e sorrisos dos que ficam.
Conforto a vida que me conforta e acontece como tudo o
Mais nesta vida.
A vida seguindo o seu curso, me leva em sua viagem sem
Fim.
A morte me sorri, e sorrindo me tira para dançar a valsa da
Vida.
Vivo!
Vivo a morte enquanto vivendo a vida, assim como amo e
Enquanto me entendo amado.
Enlaço a alegria com o meu sorriso e com sorriso nos
Lábios faço sorrir outros lábios.
A vida me abraça, me tira para dançar e dança comigo a
Valsa da despedida que é uma música que parece uma
Canção de ninar, uma canção agasalhadora, um prenuncio
Do fim que não entristece.
É um cálice, o cálice da vida.
A vida me abraça, me tira para caminhar com ela a estrada
Da vida e lá, na estrada da vida, ela me envelhece.
Envelhecido, a vida me entrega à morte antes de eu me
Entender velho.
A morte me toma em seus abraços e fica em meu corpo, ela
Me leva, ela leva o meu "eu“ que, tremendo de frio, anseia
Pela chegada do sol para aquece-lo e dar-lhe uma nova vida.
A morte, de posse do meu corpo, me leva para o
Desconhecido.
Lá no desconhecido a morte me entrega uma nova vida, uma
Vida que me acompanhará até que se complete o raciocínio
De tudo que a vida é.
Mauro Lucio
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