De repente o meu "eu“, cai num vazio infinito onde não consigo
Apoiar-me em coisa alguma.
De repente sinto o vazio em torno de mim, um vazio em mim.
Sinto-me no meio do nada, estou em pé, estou deitado, sentado,
Machucado.
Estou curado, doente estou curado, estou assim, parece que saí
De mim, estou. Sinto um vazio que me faz sentir-me perdido no
Meio do nada, estou assim.
Estou caminhando, parado, esperando meio atordoado e penso
Que tenho paz, uma paz que me amedronta, estou assustado.
De repente o meu corpo cai num vazio onde o silêncio é celestial,
Onde o vento sopra suave e a brisa me toca, me acaricia como um
Beijo.
De repente estou num lugar onde a paz é intensa, é tão profunda
Que parece eterna e lá repouso.
De repente deixo de ouvir a tua voz, me mudo, estou num lugar
De onde vejo tudo e todos, sem no entanto, ser visto por estes.
De onde estou, vejo a saudade que abraça os meus amigos os
Entristecendo e descubro, assim, que a saudades de mim existe,
Percebo que fui amado e que alguém lamenta o tempo que não
Focou comigo, e chora.
De repente estou distante e, ainda estando longe, ouço choros de
Despedidas e sinto saudades.
Sinto uma ponta de arrependimento bater à porta da minha
Consciência para cobrar-me alguma coisa.
De repente já não estou aqui, ouço lamentos, lamentam a falta de
Atenção que me foi dispensado, lamentam pelo carinho que me
Foi negado.
De repente já não existo neste universo, cai num vazio tão intenso,
Que sinto o seu frio em meu coração, sinto uma pontada da
Saudade, ouço choros de despedidas, quando de repente, tudo
Muda, tudo começa de novo e vejo o sol nascendo, vejo um novo
Dia.
Mauro
Lucio
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