O meu grito, desesperado, corre atrás de ti.
Como uma flecha o meu grito voa, louco para te alcançar e
tentar te impedir que partas de mim.
Obstinado, o meu grito se recusa a atender o meu apelo
para não te parar, para que não tentar te segure aqui.
O meu grito tem medo de que, sem ti eu me perca.
Ele acha que sem ti sou vazio, que sou como um dia sem
sol, que sou como uma noite de garoa.
O meu grito acha que sem ti sou o tudo que vem junto
com o nada e se desespera ao ver a tristeza derramar-se
dos meus olhos e então explode em meu peito, escapa
pela minha garganta e sai, como louco, ao teu encontro.
O meu grito te implorar para que fiques comigo mas tu
não o ouve e vai sem te importares com a minha dor.
O meu grito se mistura ao vento e se faz ouvir muito além
de onde a dureza do teu coração convenceu aos teus
ouvidos não ouvir o meu grito.
O meu grito para ti é igual ao silêncio da madrugada, se
parece com a garoa que cai nas manhãs de inverno e
molha tudo a tua volta sem te incomodar.
Triste vejo o meu grito se perder na distância, onde ele
reluta em voltar para casa sem ter sido ouvido por ti, sem
ter conseguido te convencer a ficar comigo.
Choro!
Choro de tristeza ao ver o meu grito suplicando para que
fiques comigo.
O meu grito não aceitar a tua partida e te chama, te
chama e suplica para que fiques comigo, para que repense
o teu adeus.
Desesperado o meu grito senta à tua porta e, ali chora,
chora, implora por tua misericórdia que não vem.
chora, implora por tua misericórdia que não vem.
É o fim!
É o fim e o meu grito não aceita que fostes de vez, que
fostes para não voltar.
O meu grito não aceita que em tua decisão não há lugar
para reconsiderações.
O meu grito, inconformado, parece que nunca aceitará
que tudo entre nós dois chegou ao fim.
Lido da Silva - Brasília, dezembro de 2011.
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